terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Pão Eucarístico

Hóstia
Do lat. = vítima)

Nos antigos sacrifícios religiosos assim se cha­mavam os animais e alimentos que se imolavam à divindade a significar a homenagem a ela prestada pelos oferen­tes. No sacrifício de J. C., Ele mesmo foi, em nosso favor e nosso nome, ofe­rente, mediador (sacerdote) e vítima (hós­tia). Hoje, na liturgia romana, chamam-se hóstias às partículas de pão ázimo que, segundo o mandamento de Cristo na Última Ceia, se tornam no seu corpo às palavras da consagração. Têm em ge­ral a forma circular. Para a comu­nhão aos doentes e adoração dos fiéis, as hóstias consagradas, contidas numa *píxi­de, guardam-se como Sagrada Reserva no *sacrário.
Foi sempre um uso antigo na Igreja que os fiéis oferecessem o necessário para o serviço divino e sobretudo o pão e o vinho, que são a matéria rigorosa do sacrifício.
Contudo, essas ofertas desapareceram desde o século XI, uma vez que o clero preferiu que os pães utilizados no altar fossem preparados à parte e com o maior cuidado. Assim, ficou o costume dos cristãos dar doações com as quais o clero preparava o necessário para o culto do Senhor.
A respeito do pão há-de ser de farinha, ázimo e que tenha marcas que o distinga do pão comum e ordinário.
O pão ázimo funda-se em  Jesus Cristo que celebrou a Eucaristia depois de ter comido o cordeiro pascal da lei mosaica. Desde que este cordeiro fosse imolado não se permitia comer nem conservar pão com levedura (fermento). Esse pão representava mais vivamente a suma pureza de Deus, que oferece, e a santidade que exige a recepção deste terrível mistério, segundo as palavras de São Paulo: "Comamos, não o trigo antigo, senão os ázimos de sinceridade e de verdade." (1 Cor 52).
No século XI, a Igreja ordenou que na Missa não se utilize outro pão senão aquele sem levedura. Contudo, deu liberdade para que o rito grego continuasse a consagrar com pão levedado, posto seja uma questão acidental, determinado tão-somente por um preceito eclesiástico.
Quanto à forma do pão eucarístico, o Papa São Ceferino (séc. III) os chama de "coroas" por causa de sua forma redonda: fazia-se expressamente para a Eucaristia e se vê por muitas antigas estampas que neles se imprimia o sinal da Cruz".
("La Santa Misa - Ediciones Rialp - Madrid - 1975" - Autor: Anônimo - a citação encontra-se no Cap. III - Tercera Parte del Sacrificio - De la oblación o principio del sacrificio" Pg. 211 - 224s)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A gratuidade do amor a Deus e ao próximo!

No Reino de Deus não existe miséria. A proposta do projeto divino é abundância para todos. Vida em abundância para todos. Quando as graças de Deus se derramam, elas não vêm em conta contas, mas em enxurrada. Isso porque, Deus é misericordioso e compassivo. Sua bondade não tem limites. Essa é a boa notícia que ouvimos na Liturgia da Palavra desse XVIII Domingo do Tempo Comum.

O profeta Isaias (Is 55, 1-3) faz ressoar o convite de Deus para entrar na sua tenda e participar do banquete que Ele oferece. Não é preciso levar dinheiro. Os favores de Deus são gratuitos. Não é preciso pagar nem devolver o favor, pois o convite divino é motivado pelo amor, não é interesseiro. E sua oferta não é parca, nem impõe condições. Basta aceitá-lo como Deus é: misericordioso, compassivo, bondoso, amoroso e paciente para com todos (Salmo 144).

A universalidade do amor divino é a senha para se entrar na sua presença. O convite feito pelo profeta não exclui ninguém. A proposta que Deus faz é universal. Para todos sem exceções. Sua gratuidade é ilimitada. Recusar-se a aceitar esse princípio e voltar as costas ao irmão, também ele convidado de Deus, torna impraticável a participação no banquete na Tenda de Deus. Mas, quem aceitar as características dessa graça, que espelham Aquele que a concede, então encontrará satisfação completa.

Todavia, um olhar atento ao mundo perceberá que há miséria em muitos cantos. Falta o pão em muitas mesas. Famílias não satisfazem nem ao menos a fome de cada dia. Onde está Deus e sua promessa de abundância? E quando nos falta saúde, faltam paz e consolo e sobram dúvidas, intranqüilidade e medo, não nos parece falsa promessa as palavras do profeta?

Se Deus é gratuito em seus dons, nós também somos convidados a amá-lo sem esperar algo em troca. É o que São Paulo (Rm 8,35. 37-39) deixa claro com o testemunho de São Paulo. Se a abundância de graças nos mostra que somos favorecidos por Deus, será a privação que nos separará de seu amor? Nossa fidelidade a Deus é comparável à união esponsal: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na abundância e na privação. É fácil amar quando tudo vai bem. Os verdadeiros amigos se revelam na fidelidade em momentos difíceis.

Aqui cabe uma reflexão sobre o Dízimo. Aprendemos que Dízimo é devolução, pois tudo pertence a Deus. Desse modo, não estamos fazendo um favor a Deus ou a sua Igreja. Estamos cumprindo com nossa obrigação. Estamos dando algo que não nos pertence. Então como entender que alguém pregue prometendo a abundância das dádivas divinas para quem abre a mão para dar o Dízimo? Esse deve ser um ato de amor e gratuidade. Não se trata de uma troca. Não é um investimento no presente esperando obter bons resultados no futuro. Deve ser um ato de doação gratuita e reconhecimento em resposta do amor já manifestado por Deus em nosso favor. Ninguém pode fazer afirmações colocando-se no lugar de Deus dizendo coisas como “dê o Dízimo e nada faltará em sua vida”. Mas, quando sofremos privações, deveremos entender que fomos desprezados por Deus? Estamos sujeitos às doenças e carestias de todo tipo nesse mundo. A morte é uma realidade que nunca nos abandona. E isso não significa que fomos abandonados por Deus. O Dízimo deve ser um ato de gratuidade. Saibamos receber as dádivas divinas com humildade e gratidão. E saibamos suportar as privações. Para São Paulo, assim como para nós, o que jamais pode faltar é o próprio Cristo. E basta-nos estar unidos a Ele.



No Evangelho (Mateus 14,13-21) ouvimos a narração da multiplicação dos pães. Alguns detalhes da narrativa são bastante edificantes. Um primeiro elemento a se ressaltar é a gratuidade do gesto de Jesus curando os doentes. Apenas movido pela compaixão. Nenhuma imposição de valores, nenhuma exigência moral, nenhuma cobrança ou pedido de retribuição. Curou-os simplesmente porque estavam doentes.

Um segundo ponto importante é a ordem de Jesus “daí-lhes vós mesmos de comer”. O Divino Mestre dava uma missão a seus discípulos. Referindo-se ao pão, que haveria de multiplicar em seguida, Jesus mandava sua Igreja distribuir o pão da Eucaristia e o pão da caridade. E a Igreja deverá fazê-lo movida pela mesma compaixão de seu Senhor. Pela mesma atitude de gratuidade e satisfação em fazer o bem. Com a mesma abundância, sem jamais negar-se a entregar-se a si mesma em sacrifício para que todos tenham vida e a tenham em abundância. Com o Dízimo, em sua dimensão social, cumprimos essa ordem de Cristo, a fim de distribuir o pão a quem tem fome, de modo que não haja necessitados entre nós. Afinal, Deus deu em abundância, os meios para que todos tenham o necessário para uma vida vivida com dignidade.



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Onde abundou o pecado, superabundou a Graça (Rm 5, 20)

 
"Deus é infinitamente bom e todas as Suas obras são boas. Apesar disso, ninguém escapa à experiência do sofrimento, dos males da natureza - que surgem como ligados aos limites próprios das criaturas - e sobretudo à questão do mal moral. De onde vem, pois, o mal? "Procurava a origem do mal e não encontrava resposta" dizia Santo Agostinho, e a sua dolorosa procura só encontrou resposta na conversão ao Deus vivo.

"O mistério da iniquidade" (2 Ts 2, 7) só se esclarece à luz do "mistério da piedade" (1 Tm 3, 16). A revelação do amor Divino em Cristo manifestou ao mesmo tempo a extensão do mal e a superabundância da Graça (Rm 5, 20). Devemos, portanto, examinar a origem do mal fixando o olhar da nossa fé naquele que é o seu Único Vencedor."

Assim está escrito no número 385 do Catecismo da Igreja Católica, e assim começa a doutrina da Igreja sobre o pecado. Os números 413 a 421 fazem o resumo dos que lhe antecedem sobre este tema.

A Igreja ensina-nos que o pecado original foi herdado de nossos pais, e é um estado que implica carência da Graça de Deus e causa desordem nas nossas vidas, inclinando-nos e levando-nos ao pecado actual. O pecado actual é da responsabilidade de cada um. É toda a desobediência por pensamentos, palavras e omissões à Lei de Deus. É a barreira maior ao amor de Deus. Quem peca, e não se arrepende, começa a distanciar-se de Deus, a viver uma vida cada vez mais longe da Sua presença.

O pecado pode ser formal: acto, palavra ou omissão, livre e com a consciência de que são contrários a Deus, ou material: actos, palavras e obras pecaminosos em que o pecador ignora a sua natureza ou está privado de liberdade de escolha.

O pecado formal pode ser mortal ou venial. O pecado mortal quebra a relação com Deus ou intensifica o distanciamento que já se tem d'Ele. Implica conhecimento do acto e uso de plena liberdade. É, portanto, um acto consciente e deliberado. O pecador perde a graça de Deus e o mérito de actos bons cometidos anteriormente.

Se morrer em pecado mortal enfrentará a separação eterna de Deus. O pecado venial é uma ofensa menos grave que o pecado mortal. Não rompe a relação com Deus, porém enfraquece-a. É uma negligência, ou vacilação no caminho de vida em Cristo, que traz consigo um grave risco: quem não luta contra os pecados veniais fica mais vulnerável e está mais sujeito a cair em pecado mortal.

Deus não criou a escuridão, criou a Luz. Deus não criou o mal, apenas criou o Bem. Da mesma forma, Deus apenas criou a obediência. Mas Ele apenas quer em troca um amor em verdade e em liberdade. Assim concede o livre arbítrio, a liberdade de escolha para O Amar ou recusar, para Lhe obedecer ou não. E assim se escolhe caminhar na Luz ou na escuridão.

Satanás queria ser igual a Deus. Com todas as graças recebidas, achou-se a si próprio igual a Deus e não quis mais servi-lO mas servir-se a si mesmo. Este foi o seu pecado. Deus podia tê-lo destruído, mas os anjos ficariam com a dúvida se Satanás estaria certo ou não. Assim Deus permitiu que todos os anjos escolhessem e também que vissem por si próprios o resultado de viver sem Deus.

Satanás quis associar o homem à sua revolta, arrastá-lo na queda e tentou-o. Tentou o primeiro homem como tenta cada um de nós hoje. Através do nosso desejo humano. Não há nada de mal em desejar. Tudo depende do que se deseja, como se deseja e qual a medida desse desejo.

Se desejamos as coisas permitidas por Deus teremos a certeza de não pecar. Mas Satanás conhece a fraqueza humana, o seu desejo de ser, ter e poder. As três grandes tentações de sempre. Até Cristo Satanás tentou assim, por Sua permissão, é certo. Mas ao permitir ser tentado, Cristo não fez mais que encenar a natureza das nossas próprias tentações, para que pudessemos vencê-las.

Pecado é tudo o que vai contra a vontade de Deus. Então a única forma de discernir as tentações e vencê-las é conhecer a Sua Vontade, através da meditação da Sua Palavra e da oração. Só assim o Espírito Santo poderá agir em nós e revelar-nos o certo e o errado. É deixar que Jesus viva em nós e responda por nós.

O Santo Frei Pio de Pietralcina aconselhava com a ternura de quem conhece bem a natureza humana: "Não vos esforceis por vencer as tentações, porque esse esforço as reforçaria; desprezai-as e não vos detenhais nelas; procurai imaginar Jesus crucificado nos vossos braços, sobre o vosso peito, e dizei como se beijásseis o Seu lado: Eis aqui a minha esperança, eis aqui a verdadeira fonte da minha felicidade! Estarei fortemente abraçado a Ti, ó meu Jesus, e não te deixarei enquanto não me colocares em lugar seguro".

(...) E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém
 
Fonte: Site Catequisar

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Existe pecadinho e pecadão, ou é tudo pecado ?


Neste texto vamos analisar as formas de pecado. Vamos, também, perceber como nos envolvemos facilmente com o mal. Como conseqüência, nossa vida torna-se "pesada", angustiante, sofrida. E, na maioria das vezes, não sabemos ou não percebemos que esse sofrimento está direta e intimamente ligado às conseqüências do pecado, ao afastamento de Deus.

Ao contrário do que muitos pensam, a origem do pecado de cada um não está fora, mas em nosso próprio coração. É algo de dentro para fora e não o contrário. A raiz do pecado está em nossa livre vontade, em nossas escolhas, atitudes e ações, segundo o ensinamento do próprio Cristo: "é do coração que procedem as más inclinações, assassínios, adultérios, prostituições, roubos, falsos testemunhos e difamações. São estas as coisas que tornam o ser humano impuro" - Mateus 15, 19-20 (Catecismo 1853). A maldade presente no mundo não pode nos atingir se nós não permitirmos, principalmente, se estamos intimamente ligados a Deus. Mas, infelizmente, nos deixamos levar pelo ritmo da vida, do meio social, das más influências e dos modismos que nos são impostos.
 
São Paulo, na Carta aos Gálatas, diz que: "as obras da carne são manifestas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes, ira, discussões, iscórdia, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno, como já vos preveni, os que tais coisas praticam não herdarão o Reino de Deus." (5,19-21)

O pecado é uma falta contra a verdade, contra a razão (bom senso, juízo, prudência, moral, direito, justiça) e contra a consciência reta (capacidade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados). Pecado é ofensa a Deus. É uma falta contra o amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo. O pecado ergue-se contra o amor de Deus por nós e desvia dele os nossos corações. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana (Catecismo 1849). Pecado é a transgressão de um preceito religioso. Pecado é a auto-suficiência. Santo Agostinho diz que "o pecado é amor de si mesmo até o desprezo de Deus".

Pode-se distinguir os pecados segundo os atos humanos, os mandamentos que eles contrariam e às virtudes a que se opõem. Podemos pecar por pensamentos, palavras, atos e omissões. Em relação à omissão, não praticamos um mal, mas deixamos de fazer um bem.

O pecado é classificado, segundo sua gravidade, em venial e mortal. Pecado venial (desculpável, perdoável) ainda deixa existir a força e a ação da caridade, do amor em nossa vida, mas os ofende e fere. Ele enfraquece a graça de Deus em nós, mas não a destrói. Os pecados veniais são faltas leves, perdoadas no Ato de Contrição, rezado durante a Santa Missa, desde que estejamos sinceramente arrependidos. Porém, a confissão regular de nossos pecados veniais nos ajuda a formar a consciência, a lutar contra nossas más tendências, a deixar-nos curar por Cristo, a progredir na vida espiritual. Recebendo mais freqüentemente o perdão dos pecados e o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos como ele (Catecismo 1458).

"Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda a iniqüidade é pecado, e há pecado que não é para morte. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca." (1 João 5:16-18)
 

"O homem não pode, enquanto está na carne, evitar todos os pecados, pelo menos os pecados leves. Mas, esses pecados que chamamos leves, não os considerem insignificantes: se os considerar insignificantes ao pesá-los, treme ao contá-los. Um grande número de objetos leves faz uma grande massa; um grande número de gotas enche um rio. Qual é então nossa esperança? Antes de tudo, a Confissão" (Santo Agostinho).

Já o pecado mortal destrói a caridade, destrói o amor no coração do homem por uma infração grave da lei de Deus; desvia o homem de Deus, seu fim último, preferindo um bem inferior, sem valor (Catecismo 1855). O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. O pecado mortal acarreta na perda da caridade, do amor e da privação da Graça Santificante, isto é, do estado de graça recebido no Batismo. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso (Catecismo 1861).

Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao mesmo tempo: ser matéria grave, cometido com consciência e deliberadamente. A matéria grave é baseada nos dez mandamentos: não mate, não cometa adultério, não levante falso testemunho, não roube, honre pai e mãe (Marcos 10, 19). Requer pleno conhecimento e consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado (meditar no que se há de fazer, refletir, decidir) para ser uma escolha pessoal. A ignorância pode diminuir ou até escusar a imputabilidade de uma falta grave, mas supõe-se que ninguém ignora os princípios da lei moral, inscritos na consciência de todo ser humano.

Pecados mortais

Comete-se pecado mortal quando conhecendo a lei de Deus se pratica um ação voluntariamente contra as normas prescritas nos dez mandamentos (Cf. CIC 1857-1861). Também chamado de pecado mortal, destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave da lei de Deus; desvia o homem de Deus, que é seu fim último e sua bem aventurança, preferindo um bem interior.

Exemplos de pecados mortais ou graves: Comete-se um pecado mortal quando, conscientemente, se realizam atos gravemente malvados. Alguns exemplos: insultar Deus, faltar à santa missa num domingo, cometer atos sexuais impuros, embebedar-se ou drogar-se, etc.

Pecado veniais

Também conhecido como pecados cotidianos. Mesmo não rompendo a comunhão com Deus, "enfraquece a caridade, traduz uma afeição desordenada pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem moral; merece penas temporais. O pecado venial deliberado e que fica sem arrependimento dispõe-nos pouco a pouco a cometer o pecado mortal"(Cf. CIC, 1863) 

Exemplos de pecados veniais ou leves: Além dos atos graves realizados inadvertidamente, há muitos exemplos de pecados veniais: uma mentira, alguma preguiça, uma falta de respeito ou de caridade, murmurações ou burlas, desleixo nas orações, excessos na comida e na comodidade, gastos supérfluos, etc.

Pecados capitais

Os pecados capitais têm esse nome por serem fonte de outros pecados, ou seja, são pais de outros vícios. Nesse contexto, fica evidente a necessidade de travar um combate acerca da origem do mal em nós: a tríplice concupiscência, que constitui a raiz dos pecados capitais. Portanto, devemos combater essas más tendências em nós.

Os pecados capitais são: a soberba, a avareza, a inveja, a ira, a impureza, a gula, a preguiça. O que os caracteriza profundamente é justamente a busca exagerada, ou seja, desordenada de algo. (Padre Eliano, SJS)

O para Gregório Magno, no século VI, instituiu os sete pecados capitais, que são os princípios que ferem a Deus, a você e ao próximo. Vejam quais são eles:

1) Gula: consiste em comer além do necessário e a toda hora;
2) Avareza: é a cobiça de bens materiais e dinheiro;
3) Inveja: desejar atributos, status, posse e habilidades de outra pessoa;
4) Ira: é a junção dos sentimentos de raiva, ódio, rancor que às vezes é incontrolável;
5) Soberba: é caracterizado pela falta de humildade de uma pessoa, alguém que se acha auto-suficiente;
6) Luxúria: apego aos prazeres carnais;
7) Preguiça: aversão a qualquer tipo de trabalho ou esforço físico.

Como combater o pecado?

A Igreja recomenda a confissão frequente dos pecados, mortais e veniais, pois a confissão dos pecado veniais nos ajuda a formar nossa consciência, a lutar contra nossas más inclinações, a deixar-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito. Recebendo mais frequente, por meio desse sacramento, o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos como Ele (cf. LG 40,42; CIC, 1458). 

Sem Jesus, a consequência do pecado é a morte. Para simbolizar o nosso desejo de deixar o pecado devemos ser batizados. Segundo, pedir que o seu pecado seja perdoado. Deus diz que pode começar uma vida nova. Terceiro, acreditar que Deus o perdoou e parar de se sentir culpado. 

A Bíblia diz em Salmos 32, 1-6: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniquidade, e em cujo espírito não há dolo. Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha iniquidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Pelo que todo aquele é piedoso ore a ti, a tempo de te poder achar; no trasbordar de muitas águas, estas e ele não chegarão”.

Em todo caso, Deus, na sua infinita misericórdia e amor, nos deixou um caminho de volta. Ele está sempre de portas abertas para aceitar nossas sinceras desculpas, independentemente da falta que tenhamos cometido, desde que estejamos sinceramente arrependidos. O Sacramento da Confissão ou Reconciliação devolve-nos a graça de estarmos novamente no coração de Deus. Por isso, não deixe sua confissão para amanhã. Não tenha medo, receio ou vergonha de se abrir a um sacerdote, um ungido de Deus.