quinta-feira, 23 de julho de 2015

... tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...


Muitos Protestantes argumentam que: "Esta pedra em Mt 16 não é Pedro. O original grego do nome Pedro é Petrus, que significa “pedrinha, pedregulho”. Esta afirmação está correta?

O grego tem estrutura de linguagem totalmente diferente do português.

O português possui dois gêneros (masculino e feminino); o grego possui quatro gêneros (masculino, feminino, neutro e dual). O português não possui declinações, o grego possui declinações e casos, denominados: nominativo, genitivo, dativo... - (Vou explicar, para que você entenda: Os casos são as várias formas que a palavra assume, de acordo com sua função sintática na frase, isto é, sujeito, objeto direto, indireto... ).

Assim temos várias formas da mesma palavra Jesus: ιησους - ιησουν – ιησου (Iessous - Iessoun - Iesson )... ; análogas ao latim: Iesu - Iesus - Iesum). Ficou claro?

Conforme exposto acima, de acordo com o 'caso', pedra em grego assume várias formas: πετρος (petros), πετρα (petra). Estas variações registradas em Mt 16,18, derivam, pois, de sua função sintática: Petros é do caso 'nominativo'(Usado para 'sujeito' e 'predicativo do sujeito'- é o caso aqui empregado); e petra é do 'dativo'(Adjunto adverbial). Mas a mesma palavra: pedra.

Mas a falsidade deste argumento pode ser demonstrada, de maneira mais fácil e irrefutável, comparando com outros textos, veja: - A língua falada por Jesus não era o grego, e sim aramaico. Percorrendo o Novo Testamento, você encontrará diversas passagens, chamando Pedro de Cefas. E Cefas (ou Kefas) não é grego, mas aramaico. Sabemos que o Evangelho, segundo São Mateus, foi escrito em aramaico, só depois traduzido para o grego.

Mas Pedro é chamado de CEFAS, em muitas outras passagens: Jo 1,42; 1Cor 1,12; 3,22; 9,5; 15,5; Gl 1,18; 2,9; 2,11; 2,14. o que não deixa dúvida de que Pedro é Cefas (Cefas = pedra grande e maciça, no aramaico). Para pedrinha, o aramaico possui o termo 'evna'.

- Agora não precisa dizer mais nada: Cefas ou Kefas é pedra, quer queiram, quer não.

Mas ainda tem mais: Veja algumas interpretações dos cristãos dos primeiros séculos da Igreja.

Tatiano, o Sírio: "Simão Cephas respondeu e disse, 'tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo. Jesus respondeu dizendo-lhe: 'Bendito és, Simão, filho de Jonas: não foram a carne nem o sangue quem te revelaram, mas o meu Pai que está no céu, E eu também te digo que és Cephas, e sobre esta rocha eu construirei a Minha Igreja; e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela". (Diatsseron 23, 170 d. C);

Vejamos, agora, um trecho de Tertuliano: "Teria algo sido retido ao conhecimento de Pedro, a quem se chamou 'a rocha sobre a qual a Igreja seria construída', com o poder de 'desligar e ligar no céu e na terra'?" (Demurrer Against the Heretics 22, 200 d. C).(Idem);

São Cipriano Bispo de Cartago: (Mártir em +258) diz: "Cristo edifica a Igreja sobre Pedro. Encarrega-o de apascentar-lhe as ovelhas. A Pedro é entregue o primado para que seja uma Igreja e uma cátedra de Cristo. Quem abandona a cátedra de Pedro, sobre a qual foi fundada a Igreja, não pode pensar em pertencer à Igreja de Cristo" (De un. Eccl. cap. IV).
 


domingo, 14 de junho de 2015

Oração de Combate Espiritual - São Miguel Arcanjo

Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo Dia após Dia,estou a travar uma batalha. Em um campo desconhecido, sinto os ataques, Mas não posso ver...Meu corpo esta cansado e desacreditado e em ti busco forças...

Peço Jesus que o sangue que de ti foi derramado, corra em minhas veias nesse momento e me revigore para a luta limpando e cicatrizando minhas feridas e colocando em fuga o inimigo que um dia fez de mim o seu refém, que a luz que vem do espírito santo cegue cada Demônio que ouse para mim olhar os deixando perdidos e sofrendo em seu próprio mal caindo em suas próprias armadilhas.
 
Que sua Cruz marque em meu peito a vitória e meu coração sinta a sua presença a cada batida, ao meu lado direito clamo pela presença de São Miguel Arcanjo e sua milícia caçando cada entidade que se aproxima de mim ou aqueles que amo, e anulando todo tipo de trabalho, bruxaria ou orações em centros espíritas e Umbanda que foram feitas a favor ou contra mim, ao meu lado esquerdo peço a presença de São Bento intercedendo por esse momento e invalidando as ciladas que o demônio coloca em nossos caminhos ou que um dia foi colocado e por inocência fui pego.
 
Acima de mim oro pela presença de minha mãe Nossa senhora a Virgem Maria que me cobre em seu manto e me protege de cada intuito maligno de cada tentativa de violência física ou espiritual a qual o antigo inimigo vem tramando contra mim, minha alma pede que toda serpente maligna que rasteja a espera do momento do ataque sinta a dor do esmagamento para que nunca esqueça de quem eu sou filho e o que está por vir como retaliação ao que me foi feito, convoco todos os anjos e Santos que fiquem atrás de mim com suas espadas fundidas em oração e unção a espera da batalha.
 
Pai amado , Pai querido que minha oração caia como um bombardeio no campo que agora estou e que apenas os seus filhos queridos fiquem de pé perseverando até o momento de sua chegada.  

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Cinco Santos que lutaram contra o demônio

O mundo espiritual é real e nele ocorrem verdadeiros combates. Em algumas partes da bíblia são mencionadas as lutas que existem contra o demônio e a carne, porque quanto mais próxima a Deus a pessoa, mais será tentada.

A seguir, foram selecionadas algumas histórias pela página ChurchPop.com, o objetivo destas histórias não e gerar medo, mas serve como advertência de que Satanás e as tentações ao pecado são reais, embora geralmente não sejam visíveis.

Antes queremos deixar duas passagens bíblicas para entender melhor o contexto: “Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. (Ef 6, 11-12)

“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar”. (1 Pedro 8)

1) Santo Antão ‘o Grande’: “O leão rugia, desejando atacar”

Este santo viveu durante os séculos III e IV. Foi um dos primeiros monges a retirar-se ao deserto para viver entregue ao jejum e à oração. A Igreja conhece sua história graças ao seu biógrafo São Atanásio.

“Quando visitávamos Santo Antão nas ruínas onde vivia escutava tumulto, muitas vozes e o choque de armas. Também viam que durante a noite apareciam bestas selvagens e o santo combatia contra elas através da oração”, conta Atanásio.

Numa certa ocasião, aos seus 35 anos, Santo Antão decidiu passar a noite sozinho numa tumba abandonada. Então apareceu ali um grupo de demônios e o feriram. Os arranhões do demônio lhe impediram levantar-se do chão. O ermitão comentava que a dor causada por essa tortura demoníaca não podia ser comparada com nenhuma ferida causada pelo homem.

No dia seguinte, um amigo seu o encontrou e o levou ao povoado mais próximo para curá-lo. Entretanto, quando o santo recuperou os sentidos pediu ao seu amigo que o levasse de volta à tumba. Ao deixá-lo, Santo Antão gritou:

“Sou Antão e aqui estou. Não fugirei de suas chicotadas e de nenhuma dor ou tortura, nada me separará do amor de Cristo”. São Atanásio relata que os demônios retornaram e ocorreu o seguinte:

Escutou-se uma trovoada, parecia o barulho de um terremoto, que sacudiu o lugar inteiro e os demônios saíram das quatro paredes em formas monstruosas de animais e répteis. O lugar desta maneira ficou cheio de leões, ursos, leopardos, touros, serpentes, víboras, escorpiões e lobos. O leão rugia, querendo atacar; o touro se preparava para atacar com seus chifres; a serpente se arrastava procurando um lugar de ataque e o lobo rosnava ao redor dele. Todos estes sons eram assustadores.

Embora Santo Antão arquejasse de dor, enfrentou os demônios dizendo: “se vocês tivessem algum poder, bastava que somente um de vocês viesse, mas como Deus os criou fracos, vocês querem me assustar com a quantidade de demônios: e o que comprova a sua debilidade é que adotaram a forma de animais irracionais”.

“Se forem capazes, e se tiverem recebido um poder de ir contra mim, ataquem-me de uma vez. Mas se não são capazes, porque me perturbam em vão? Porque minha fé em Deus é meu refúgio e a muralha que me salva de vocês”.

De repente, o teto do lugar foi aberto e uma luz brilhante iluminou a tumba. Os demônios desapareceram e as dores pararam. Quando percebeu que Deus o salvou, ele rezou: “Onde estavas? Por que não apareceste desde o começo e me liberaste das dores? ”.

Deus respondeu-lhe: “Antão, eu estava ali, mas esperei para ver-te brigar. Vi como perseveraste na luta, e não caíste, sempre estarei disposto a socorrer-te e o teu nome será conhecido em todas partes”.
Depois de escutar as palavras do Senhor, o monge se levantou e orou. Então recebeu tanta força que sentiu que no seu corpo tinha mais poder do que antes.

2) São Padre Pio: “Estes demônios nunca deixam de golpear-me”

Foi um sacerdote italiano que nasceu no final do século XIX e morreu em 1968. Embora realizasse muitos milagres e recebesse os estigmas, o Padre Pio também sofreu ataques frequentes do demônio.

Segundo o Pe Gabriele Amorth, famoso exorcista da diocese de Roma, “a grande e constante luta na vida do santo foi contra os inimigos de Deus e as almas, pois tratou de capturar sua alma”. Desde sua juventude o Padre Pio teve visões celestes, mas também sofreu ataques infernais. O Pe. Amorth explica:

“O demônio aparecia algumas vezes em forma de um gato negro e selvagem, ou de animais repugnantes: era clara a intenção de incutir o terror. Outras vezes aparecia na forma de jovens moças nuas e provocativas, que dançavam de modo obsceno; era clara a intenção de tentar o jovem sacerdote na sua castidade. Entretanto, o pior perigo era quando Satanás tentava enganar Padre Pio aparecendo como se fosse seu diretor espiritual ou aparecendo em forma de Jesus, da Virgem ou de São Francisco”.

Esta última estratégia, quando o diabo aparecia em forma de alguém bom e santo, era um problema. Isso aconteceu quando o Padre Pio percebeu que as visões eram falsas: notou certo timidez quando a Virgem e o Senhor lhe apareceram, seguida de uma sensação de paz quando a visão terminou. Além disso, disfarçado de uma forma sagrada, o diabo lhe provocou um sentimento de alegria e atração, mas quando ia embora, ele ficava triste e arrependido.

Satanás também buscava feri-lo fisicamente. O sacerdote descreveu estas dores em uma carta à um irmão, quem era seu confidente:

“Estes demônios nunca deixam de atacar-me, inclusive fazem com que eu caia da cama. Também rasgam minhas vestimentas para açoitar-me! Mas já não me assustam porque Jesus me ama e ele sempre me levanta e me coloca novamente na minha cama”.

O Padre Pio é testemunho de que se uma pessoa estiver perto de Deus não terá que temer a presença do demônio.

3) Santa Gema Galgani: “Suas garras brutais”

Esta Santa italiana foi uma mística que teve experiências espirituais maravilhosas.

Numa carta dirigida a um sacerdote escreveu: “Durante dois dias, depois de receber a Santa Comunhão, Jesus me disse: “minha filha, em breve o diabo começará uma guerra contra ti”. Estas palavras são repetidas constantemente no meu coração. Reze por mim por favor”.

Ela percebeu que a oração era a melhor maneira de defender-se contra os ataques do demônio. Em vingança, Satanás lhe atacava com fortes dores de cabeça para impedir que durma. Entretanto, apesar das fadigas Gema perseverou na oração:

“Quantos esforços este miserável faz para que eu não reze. Ontem tentou me matar, e quase conseguiu, mas Jesus veio e me salvou. Estava assustada e mantive a imagem de Cristo na minha mente”.

Uma vez, enquanto a Santa escrevia uma carta, o diabo agarrou a caneta das suas mãos, rasgou o papel e tirou a santa da cadeira onde estava sentada, agarrando-a pelos cabelos com a violência das suas “garras ferozes”.

Ela descreve outro ataque em um dos seus escritos: “O demônio se apresentou diante de mim como um gigante e me dizia: ‘Para ti já não existe esperança de salvação. Estás nas minhas mãos! ’ Eu lhe respondi que Deus é misericordioso e, portanto, nada temo. Então me bateu na cabeça e me disse: ‘Maldita seja! ’, e logo desapareceu”.

“Quando voltei para minha habitação para descansar, encontrei novamente o demônio e começou a golpear-me com uma corda com vários nós, e queria que eu gritasse que era fraca. Disse-lhe que não, e me bateu tão forte, que caí de cabeça no chão. Naquele momento pensei em invocar a Jesus: Pai eterno, em nome do preciosíssimo sangue de Jesus, livrai-me! ”.

“Não me lembro bem o que aconteceu. A besta me arrastou da minha cama e bateu na minha cabeça com tanta força que ainda estou dolorida. Perdi os sentidos e caí no chão, logo despertei. Graças a Deus! ”

Apesar dos ataques, Santa Gemma sempre teve fé em Jesus. Inclusive utilizava o humor contra Satanás. Uma vez escreveu a um sacerdote: “Tinha que ver, quando satanás fugia fazendo caretas, você morreria de rir! É tão feio!

Mas Jesus me disse que não deveria temer”.

4) São João Maria Batista Vianney: “Faz porque eu converto muitas almas para o bom Deus”

O Santo Padre de Ars nasceu na França no ano 1786. Foi um grande pregador, fazia muitas mortificações, foi um homem de oração e caridade. Tinha um dom especial para a confissão. Por isso, vinham pessoas de diferentes lugares para confessar-se com ele e escutar seus santos conselhos. Devido a seu frutífero trabalho pastoral foi nomeado padroeiro dos sacerdotes. Também combateu contra o maligno em várias ocasiões.

Uma vez, sua irmã passou a noite na sua casa, localizada ao lado da igreja. Durante a noite ela escutou raspões na parede. Foi ver o seu irmão Vianney, que estava confessando, e lhe explicou:

“Minha filha, não temas: é o resmungão. Ele não pode machucar-te. Ele me procura da maneira mais atormentadora possível. As vezes agarra os meus pés e me arrasta pelo quarto. Ele faz isto, porque eu converto muitas almas para o bom Deus”.

O demônio fazia ruídos durante horas, parecidos aos cristais, assobios e relinchos. Inclusive ficava sob a janela do santo de Ars e gritava. Seu propósito era não deixar que o sacerdote dormisse, para ficar cansado e não ficar horas no confessionário, onde salvava muitas almas das garras do maligno.

Em outra ocasião, enquanto o sacerdote de Ars se preparava para celebrar a missa, um homem lhe disse que seu dormitório estava pegando fogo. Qual foi sua resposta? “O Resmungão está furioso. Quando não consegue pegar o pássaro, ele queima a sua gaiola”. Entregou a chave para aqueles que iam ajudar a apagar o fogo. Sabia que Satanás queria impedir a missa e não o permitiu.

Deus premiou sua perseverança diante das provações com um poder extraordinário que lhe permitia expulsar demônios das pessoas possuídas.

5) Santa Teresa de Jesus: “Seus chifres estavam ao redor do pescoço do sacerdote enquanto celebrava missa”

Esta reconhecida doutora da Igreja e mística teve muitas visões espirituais. Durante suas orações e meditações, o demônio lhe aparecia.

“Uma forma abominável”, escrevia, “sua boca era horrorosa”. “Não tinha sombra, mas estava coberto pelas chamas de fogo”.

O demônio lhe causava também fortes dores corporais. Numa ocasião a atormentou durante cinco horas enquanto estava em oração com suas irmãs. A Santa permaneceu firme para não assustá-las.

Um dia “viu com os olhos da alma dois diabos que tinham seus chifres ao redor do pescoço do sacerdote enquanto celebrava missa”.

Inclusive para ela, estas visões eram estranhas. “Poucas vezes vi o demônio em forma corporal, frequentemente não vejo sua aparência física, mas sei que está presente.

Quais eram suas armas contra as forças do mal?

A oração, a humildade e a água bendita. Santa Teresa dizia que esta última era uma arma eficaz.

Uma vez estava num oratório e o demônio apareceu ao meu lado esquerdo. Ele me disse que agora me livrei das suas mãos, mas que ele me capturaria novamente. Ela se assustou e se benzeu. 

Entretanto, Satanás continuou perturbando-a e Teresa tomou um frasco de água benta e derramou a água sobre ele. Depois desse dia ele nunca mais voltou.

Por María Ximena Rondón
Publicado por REDAÇÃO CENTRAL(ACI) – 26/05/15

Fonte: acidigital

quarta-feira, 25 de março de 2015

Anunciação do Senhor

Deus que no decorrer dos séculos, tinha encarregado os profetas de transmitir aos homens a Sua palavra, ao chegar a plenitude dos tempos, determina enviar-lhes o Seu próprio Filho, o Seu Verbo, a Palavra feita Carne.
 
Contudo, o Pai das misericórdias quis que a Encarnação fosse precedida da aceitação por parte daquela que Ele predestinara para Mãe, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida» (Lumen gentium, 56).

No momento da Anunciação, através do Anjo Gabriel, Deus expõe portanto, a Maria os Seus desígnios. E Maria, livre, consciente e generosamente, aceita a vontade do Senhor a seu respeito, realizando-se assim o mistério da Incarnação do Verbo. Nesse momento, com efeito, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade começa a Sua existência humana. O filho de Deus faz Se Filho do Homem. O Deus Altíssimo torna-Se o «Deus connosco».

Ao celebrar este mistério, precisamente nove meses antes do Natal, a Solenidade da Anunciação orienta-nos já para o Nascimento de Cristo. No entanto, a Encarnação está intimamente unida à Redenção. Por isso, as Leituras (especialmente a segunda) introduzem-nos já no Mistério da Páscoa.

Essencialmente festa do Senhor, a Anunciação não pode deixar de ser, ao mesmo tempo, uma festa perfeitamente mariana. Na verdade, foi pelo sim de Maria que a Encarnação se realizou, a nova Aliança se estabeleceu e a Redenção do mundo pecador ficou assegurada.

“A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade.”

Com alegria contemplamos o Mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do Mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:

“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo:’ O Espírito Santo descerá sobre ti. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tu palavra’” (cf. Lc 1,26-31.34s.38).

Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de TODOS, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o SIM do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: “Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário SIM humano da Virgem Santíssima.

Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:

“Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.

Fonte: Comunidade Shalom

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O demônio não suporta que os esposos se amem, revela exorcista

O Sacramento do Matrimonio


MEXICO D.F., 06 Ago. 14 / 02:48 pm (ACI/EWTN Noticias).- “Não suporto que se amem!”, foi a resposta imediata e clara que o demônio deu ao exorcista italiano Pe. Sante Babolin durante um dos “combates”, quando o sacerdote lhe questionou por que estava causando problemas à esposa de um amigo.


“Por que este ódio?” Em declarações ao Semanário da Fé, o sacerdote explicou que Satanás detesta o Matrimônio porque é o sacramento mais próximo à Eucaristia.


“Explico-me: na Eucaristia, nós oferecemos o pão e o vinho ao Senhor, que pela ação do Espírito Santo, convertem-se no Corpo e Sangue de Jesus. No Sacramento do Matrimônio ocorre algo parecido: pela graça do Espírito Santo, o amor humano se converte no amor divino, assim, de maneira real e particular, os esposos, consagrados pelo Sacramento do Matrimônio, realizam o que diz a Sagrada Escritura: ‘Deus é amor: quem conserva o amor permanece em Deus e Deus com ele”.

Nesse sentido, o exorcista abordou o aumento no número de separações, cuja maioria se deve à degradação do amor entre homem e mulher.

“O Papa Bento XVI o assinalou em sua encíclica Deus caritas est: ‘O modo de exaltar o corpo, a que assistimos hoje, é enganador. O eros degradado a puro sexo torna-se mercadoria, torna-se simplesmente uma coisa que se pode comprar e vender; antes, o próprio homem torna-se mercadoria’. ‘E qualquer loja precisa renovar as mercadorias para vendê-la. Assim é do matrimônio fundamentado no sexo sem verdadeiro eros’”, expressou.

O sacerdote recordou que “o amor humano e divino, oferecido pelo Sacramento do Matrimônio, não é um amor instintivo, como não é instintiva a fé em Cristo; por isso necessita cultivo, vigilância e paciência”.

Por isso, alertou que “à infidelidade se chega com pequenas infidelidades; por isso cada esposo deve ter presente sempre, na sua cabeça e no seu coração, o outro; o diálogo e a confiança devem sempre permanecer”.

“O Diabo prova os esposos cristãos para levá-los à infidelidade, exatamente porque ele, sendo ódio, não tolera o amor”, assinalou.

Diante desta situação, recomendou que o casal reze o terço junto para afastar-se da tentação da infidelidade, além de praticar atividades que fortaleçam sua união.

Sobre o perdão, o Pe. Babolin afirmou que tem “um papel decisivo”, pois “renova a graça do Sacramento do Matrimônio. Mas o verdadeiro perdão tem que ser um acontecimento excepcional, pois viver o Matrimônio em uma constante busca de perdão, significa viver o amor em uma sala de reanimação”.

“O ideal seria descobrir, com a ajuda de pessoas competentes na vida de fé e na dinâmica psicológica relacional, as armadilhas do Inimigo do Amor. O Sacramento do Matrimônio oferece a força do Espírito Santo para que os esposos atuem uma espécie de personalidade corporativa, que realiza um caminho de santidade compartilhada”, assegurou.

Fonte: Site: Bíblia Católica

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A Mãe do Salvador e a Nossa Vida Interior


A devoção a este ou aquele santo não é obrigatória. Mas, com a Virgem Santíssima não é assim. Desde o tempo dos apóstolos, a Igreja ensina que Nossa Senhora possui um papel determinante na salvação da humanidade.
O padre Reginaldo Garrigou-Lagrange, em seu livro La Madre del Salvador e Nuestra Vida Interior ["A Mãe do Salvador e Nossa Vida Interior"][1], explica com grande profundidade teológica por que se invoca Nossa Senhora como "corredentora" e "medianeira de todas as graças", desde tempos antiquíssimos. Ele começa a sua reflexão explicando em que consiste a expressão "nova Eva", comumente usada para se referir à Virgem Maria: "como Eva esteve unida ao primeiro homem na obra da perdição, Maria devia estar unida ao Redentor na obra da reparação" [2]. A Tradição testemunha que esta é uma forma de invocação da Igreja desde tempos imemoriais:

"Com efeito, já no século II, esta doutrina de Maria, nova Eva, está universalmente admitida, e os Padres que a expõem não o fazem como se fosse uma especulação pessoal, mas como doutrina tradicional na Igreja, que se apoia nas palavras de São Paulo, em que ele chama Cristo de novo Adão e o contrapõe ao primeiro, como a causa da salvação se opõe à da queda (cf. 1 Cor 15, 45ss; Rm 5, 12ss; 1 Cor 15, 20-23). Os Padres relacionam estas palavras de São Paulo com o relato da queda, a promessa da redenção e da vitória sobre o demônio (cf. Gn 3, 15) e com o relato da Anunciação (Lc 1, 26-28), onde se fala do consentimento de Maria na realização do mistério da Encarnação redentora."
"Pode-se, pois, e ainda se deve ver nesta doutrina de Maria – nova Eva associada à obra redentora de seu Filho – uma tradição divino-apostólica." [3]

O Pe. Garrigou-Lagrange explica ainda como o termo "nova Eva" traz à luz a realidade de que Maria cooperou na redenção, junto com Jesus:
"Como Eva cooperou moralmente para a queda, cedendo à tentação do demônio, por um ato de desobediência e induzindo Adão ao pecado, Maria, pelo contrário, nova Eva, cooperou moralmente em nossa redenção, conforme o plano divino, crendo nas palavras do arcanjo Gabriel e consentindo livremente no mistério da Encarnação redentora e em todos os sofrimentos que d'Ele se deduziriam para seu Filho e para ela."
"Maria, certamente, não é a causa principal e efetiva da redenção; não nos podia resgatar condignamente, em justiça, porque faltava, para isso, um ato teândrico de valor intrinsecamente infinito, que só pode pertencer a uma pessoa divina encarnada. Mas Maria é realmente causa secundária, subordinada a Cristo e dispositiva de nossa redenção. Diz-se 'subordinada a Cristo', não só no sentido de que é inferior, mas também porque concorre à nossa salvação por uma graça proveniente dos méritos de Cristo, e obra, pois, n'Ele, com Ele e por Ele, in ipso, cum ipso et per ipsum. Não se deve nunca perder de vista que Cristo é o mediador universal supremo e que Maria foi resgatada pelos méritos do Salvador, por uma redenção preservadora, não libertadora, posto que foi preservada do pecado original e logo de toda falta, pelos méritos futuros do Salvador de todos os homens." [4]

Então, o Redentor é um só, Jesus, e Maria coopera nessa obra não como uma pessoa que ajuda parcialmente a puxar uma carroça, mas como uma árvore cujo fruto, em última instância, vem de Deus. Tanto Jesus quanto Maria atuam na obra da redenção, só que um de forma originária, transcendente e divina; e o outro, de forma secundária e subordinada. O fruto veio da árvore, mas tanto a árvore quanto o fruto, na verdade, vieram de Deus.
Primeiramente, é preciso entender que Maria gerou Jesus por um ato da liberdade divina. Deus, onipotente que é, podia ter mandado o Seu Filho ao mundo de muitas outras formas, mas preferiu servir-se da cooperação de uma criatura humana. Sem dúvida, Deus é a origem da salvação: foi Jesus quem pagou o preço por nossos pecados, morrendo na Cruz e derramando o Seu sangue por nós. Mas, quem tornou possível, com o seu "sim", que o Verbo tomasse um corpo humano, a fim de sacrificá-lo na Cruz? Foi Maria Santíssima. Visitada pelo arcanjo Gabriel, ela deu o seu consentimento à vontade divina, tornando possível a encarnação do Verbo e a salvação do gênero humano. O fato de o próprio Todo-Poderoso fazer-se "dependente", por assim dizer, da liberdade de uma criatura, não diminui em nada a Sua obra salvífica. Pelo contrário, só a torna ainda mais maravilhosa, só mostra o quanto é eficaz a vontade de Deus. Como diz Santo Tomás de Aquino, "a vontade divina, sendo eficacíssima, não somente produz as coisas que quer que se façam, mas, também do modo pelo qual assim as quer. Ora, Deus quer que algumas se façam necessariamente; outras, contingentemente" [5]. O Senhor fez que a encarnação do Verbo acontecesse contingentemente, dependendo da liberdade de uma criatura. E isto torna esta obra ainda mais admirável.

Maria, então, ao aceitar ser Mãe do Redentor, tornou-se mãe de todos os homens. Explica Garrigou-Lagrange:
"Maria converteu-se em nossa Mãe ao consentir livremente em ser a Mãe do Salvador, autor da graça, que nos gerou espiritualmente. Neste instante nos concebeu espiritualmente, de tal maneira que teria sido nossa Mãe adotiva por este fato, ainda que morresse antes de seu Filho."
"Quando depois Jesus consumou sua obra redentora pelo sacrifício da Cruz, Maria, ao unir-se a este sacrifício, por um ato de fé, de confiança e de amor a Deus e às almas, o maior que já existiu, converteu-se, de um modo mais perfeito, em nossa Mãe, por uma cooperação mais direta, mais íntima e mais profunda em nossa salvação."
"Além disso, neste momento, foi proclamada nossa Mãe, pelo Salvador, quando lhe disse, ao falar de São João, que personificava todos os que deviam ser resgatados por seu sangue: Mulher, eis aí o vosso filho, e a João: Eis aí a vossa mãe (Jo 19, 26-27). Assim entendeu a Tradição estas palavras, porque neste momento e diante de testemunhas, o Salvador de todos os homens não outorgava este privilégio particular só a São João, mas a todos os que haviam de ser regenerados pelo sacrifício da Cruz."
"Estas palavras do moribundo Jesus, como as palavras sacramentais, produziram o que significavam: Na alma de Maria um grande aumento de caridade ou de amor maternal por nós; na alma de João um afeto filial profundo e cheio de respeito pela Mãe de Deus. Esta é a origem da grande devoção a Maria."
"Finalmente, a Santíssima Virgem continua exercendo sua função de Mãe em relação a nós, velando por nós para que cresçamos em caridade e perseveremos nela, intercedendo por nós e distribuindo-nos todas as graças que recebemos." [6]

Aos pés da Cruz, Maria entregou-se junto com seu Filho, fazendo companhia ao "novo Adão" e podendo com razão ser chamada "nova Eva" e "corredentora". Este título, embora não tenha sido proclamado como dogma, poderá sê-lo, no futuro, já que se trata de uma afirmação presente em muitíssimos documentos papais e largamente ratificada pela Tradição.
Então, a Virgem Maria, por instituição do próprio Jesus [7], é responsável por gerar, até o fim dos tempos, todos os homens. "Maria é nossa Mãe espiritual e adotiva, no sentido de que por sua união com Cristo Redentor, nos comunicou a vida sobrenatural da graça" [8]. Mas, escreve o padre Garrigou-Lagrange:
"Maria não é da mesma maneira a Mãe dos fiéis e dos infiéis, dos justos e dos pecadores. Convém fazer aqui a distinção admitida, a respeito de Jesus Cristo, em relação aos diversos membros de seu corpo místico. É Mãe, relativamente aos infiéis, enquanto está destinada a engendrá-los para a vida da graça e enquanto obtém graças atuais que os dispõem para a fé e para a justificação. É Mãe dos fiéis que estão em estado de pecado mortal, no sentido de que vela atualmente por eles obtendo-lhes graças necessárias para fazer atos de fé e esperança e para dispor-se à conversão; com relação aos que morrem na impenitência final, já não é sua Mãe, mas o foi. Quanto aos justos é sua Mãe em sentido pleno, pois receberam por sua cooperação voluntária e meritória a graça santificante e a caridade; vela por ele com terna solicitude para que permaneçam em estado de graça e vão crescendo na caridade. É finalmente a Mãe, por excelência, dos bem-aventurados que não podem perder a vida da graça." [9]

Diante de toda essa exposição, alguém pode perguntar se tudo isso não é muito exagerado. Na verdade, não. Maria é verdadeiramente mãe de todos os homens, assim como Jesus é cabeça de todos os homens [10]. "A mesma mãe não pode dar à luz a cabeça ou o chefe sem os membros, nem os membros sem a cabeça: isso seria uma monstruosidade da natureza", ensina São Luís Maria Grignion de Montfort. "Se Jesus Cristo, cabeça dos homens, nasceu d'Ela, todos os predestinados, membros desta cabeça, também d'Ela devem nascer, por uma consequência necessária" [11].
A Virgem Santíssima também é invocada pelo povo cristão sob o título de "medianeira de todas as graças". Uma medianeira pode ser assim chamada por ser sacerdote, mas não se trata disso, como explica Garrigou-Lagrange:
"Se Maria pode chamar-se corredentora no sentido que acabamos de explicar, não poderíamos dizer que é sacerdote no sentido estrito da palavra, pois não recebeu o caráter sacerdotal e não podia consagrar a Eucaristia nem dar a absolvição sacramental. Mas, como vimos ao falar da maternidade divina, esta é superior ao sacerdócio dos ministros de Cristo, no sentido de que é mais perfeito dar a nosso Senhor sua natureza humana que fazer presente seu corpo na Eucaristia. Maria proporcionou-nos o Sacerdote do sacrifício da Cruz, o ministro principal do sacrifício da Missa e a vítima oferecida em nossos altares."
"É mais perfeito também oferecer seu Filho único e seu Deus na Cruz – oferecendo-se com Ele com os maiores tormentos – que fazer presente sobre o altar e oferecer nele o corpo de nosso Senhor Jesus Cristo, como o faz o sacerdote durante o sacrifício da Missa."
(...)
"Se não se lhe pode chamar 'sacerdote' no sentido próprio da palavra, pelo fato de que não recebeu o caráter sacerdotal e não pode realizar os atos próprios dele, sempre fica, como diz M. Olier, 'que recebeu o espírito do sacerdócio, que é o espírito de Cristo Redentor'. Por isto se lhe dá o título de corredentora, que, como o de Mãe de Deus, supera a dignidade outorgada pelo sacerdócio cristão." [12]

Santo Alberto Magno escreve: "Beata Virgo Maria non est assumpta in ministerium a Domino, sed in consortium et in adiutorium, secundum illud: Faciamus ei adiutorium simile sibi" [13]. Maria era gratia plena, tinha todas as graças. Não tinha a graça do sacerdócio porque possuía algo muito maior: a maternidade divina e o oferecimento de seu próprio Filho na Cruz.
A Santíssima Virgem, como mediadora, deve fazer duas coisas: oferecer orações e súplicas (aspecto ascendente) e, ao mesmo tempo, distribuir-nos as graças (aspecto descendente). Configurada completamente a Jesus, é impossível que Ele não atenda às suas preces. Por isso a Igreja a chama de "onipotência suplicante". Peçamos, pois, a esta misericordiosa Mãe que nos ajude a amá-la cada vez mais, para que também nós nos assemelhemos cada vez mais a seu divino Filho e nos tornemos seus filhos por excelência, um dia, no Céu.

Referências

1.       O livro está disponível em PDF na Internet
3.       Ibidem, p. 160
4.       Ibidem, p. 161-162
7.       Cf. Jo 19, 26-27
9.       Ibidem, p. 167
13.    Mariale, q. 42. Apud La Madre..., p. 162