terça-feira, 24 de junho de 2014

Importa que Ele cresça e que eu diminua

Tentaram pôr, no coração de João Batista, o sentimento da inveja. Durante o ministério de Jesus, enquanto o povo o seguia, os discípulos de João o questionavam. No entanto, o profeta, negando a possibilidade do ódio, respondeu:
Ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão o que lhe foi dado do céu. Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou o Cristo, mas fui enviado diante Dele. Aquele que tem a esposa é o esposo. O amigo do esposo, porém, que está presente e o ouve, regozija-se sobremodo com a voz do esposo. Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa. Importa que ele cresça e que eu diminua. (Jo 3, 27-30)
A humildade representada nas palavras de São João Batista mostrava para quê aquele profeta viria. A finalidade da missão de João Batista não era a de dar glória a si mesmo, mas a de anunciar a Jesus Cristo. E essa missão, o próprio Jesus nos ensinou, exige a renúncia. “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo” (Lc 9,23). Aquele que quer seguir a Jesus Cristo não pode fazer a própria vontade, tem que sofrer assim como ele o fez, tem que começar a buscar a perfeição em suas atitudes relacionando essa qualidade com a Lei de Cristo e não com a sua consciência. São Luís de Montfort, assumindo a voz de Cristo, proclama:

“Se alguém, portanto, quiser me seguir tão humilhado e crucificado, deve se gloriar, como eu, somente na pobreza, humilhações e sofrimentos de minha Cruz. Renuncie a si mesmo. Excluídos estão da companhia dos Amigos da Cruz o sábio mundano, os intelectuais e os céticos vinculados a suas próprias idéias e inflados com seus próprios talentos” (Carta aos Amigos da Cruz, 17).
 
Ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão o que lhe foi dado do céu. São João Batista quer dizer: ninguém fique procurando aumentar suas glórias ou suas qualidades; ninguém queira ser o que não é. Não fiquemos procurando aumentar a nossa imagem diante do mundo. Isso é inútil. Não gera recompensa alguma. É possível inclusive fazer uma analogia com um ensinamento do Mestre: Ele assinalava que, quando formos realizar boas atitudes, não precisamos fazê-las na frente dos homens para que todos vejam. “O Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á” (Mt 6,4). João veio ao mundo para anunciar Jesus Cristo. Nada mais que isso. Ele não buscou fazer de si uma imagem superior àquela que lhe foi dada. Obedecendo a exortação paulina (cf. 1 Cor 7,17), permaneceu no estado em que o Pai o chamou. Ele ia falar. Mas as palavras não eram dele. Eram de Cristo.

A beleza do profeta está nisso. Ele não anuncia, não promove a si mesmo, mas ao próprio Deus porque Este o chamou para aquela missão. E interessante é que aquele não busca mais missões. Pelo contrário, busca exercer com qualidade o chamado de Deus. Não quer fazer muitas coisas ao mesmo tempo, pois sabe que ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão a missão que lhe é confiada. Por isso São João diz: Eu não sou o Cristo. O profeta fiel não pode mentir. Não importa se o seu sucesso é grande e se ele é seguido por muitos. Ele precisa assumir o compromisso com a verdade da missão que Deus lhe deu. E ele não era o Cristo. Por isso, quando os seus seguidores vêm lhe dizer que Jesus está batizando muitos e coisas mais, São João sabiamente proclama: “Importa que ele cresça e que eu diminua”.

Veja: João Batista veio justamente para proclamar Jesus Cristo. Ele não podia exaltar a si mesmo. A sua missão era a mesma que São Paulo exercia: “Eu vivo, mas já não sou eu” (Gl 2,20). João Batista vive, mas não é ele. Nós vivemos, mas não somos nós. A beleza do cristianismo é justamente essa: eu preciso renunciar a mim mesmo, como Cristo, para que ele possa crescer em mim: “É Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Se eu vivo em mim e Cristo também, então existe uma batalha entre a minha vontade e a de Deus. O que eu preciso? Fazer crescer Jesus e esquecer-me de mim. Importa que Jesus cresça. É essa aquela batalha que São Paulo tanto falava em suas cartas: a carne contra o espírito. O meu espírito pode até estar pronto, mas a carne é fraca. É preciso orar para que Jesus cresça, ou seja, meu espírito, que está sob o domínio do Senhor, tenha vontade maior sobre as minhas atividades. E que a minha carne se mortifique e sua vontade em mim diminua.

Aprendendo com São João, em nossa vida travamos essa mesma luta. Mas queremos sempre dizer com São Paulo: é Cristo que vive em mim. Porém isso é difícil. Seremos provados. Temos que ser fortes. Fortifiquemo-nos e façamos crescer em nós o espírito de Cristo. Esqueçamo-nos de nós mesmos. Esse corpo, no qual vivemos, experimentará corrupção. Preocupemo-nos, acima de tudo isso, com a nossa alma. Essa irá ou para o céu ou para o inferno. Se Cristo em mim for maior, desfrutarei da vida. Se não, desfrutarei da morte, da morte eterna.

Cuidemo-nos.

terça-feira, 3 de junho de 2014

QUANDO COISAS RUINS ACONTECEM


Antes de começar a ler este texto, dê um play neste video e vai ouvindo o que Deus acha de tudo isso, então, comece a ler o texto, enquanto escuta.


Uma das partes mais difíceis da vida cristã é o fato de que se tornar um discípulo de Cristo não nos torna imunes a provações e tribulações da vida. Por que um Deus bom e amoroso permite que passemos por coisas como a morte de uma criança, doenças e ferimentos a nós mesmos e nossos entes queridos, dificuldades financeiras, preocupação e medo? Certamente, se Ele nos amasse, Ele tiraria todas essas coisas de nossas vidas. Afinal, amar não significa que Ele quer que nossas vidas sejam fáceis e confortáveis? Na verdade, não, não significa. A Bíblia ensina claramente que Deus ama aqueles que são Seus filhos, e que todas as coisas "cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8, 28). Então, isso deve significar que as provações e tribulações que Ele permite em nossas vidas fazem parte de tudo que coopera para o nosso bem.

... para que ninguém seja abalado por estas tribulações, porque vós mesmos sabeis que para isto, fostes destinados. (1 Ts. 3, 3)

... dizendo que, por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus ". (At 14, 2)


As Escrituras falam de três categorias principais de "dificuldades" para aquele que crê: 

1) disciplina, julgamento ou reprovação do Senhor; 
2) testes, provações, e sofrimento; e 
3) tentações ou ataques de Satanás. 

Então este problema atual é a mão do Senhor em repreensão direta, a provação de nossa fé prometida, ou será que estamos sendo enganados por Satanás? Nós deveríamos saber para podermos responder adequadamente. 

Bem-aventurado é o homem que suporta a provação, porque depois de aprovado, receberá a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam. (Tg 1, 12)

Pois vejamos o que dizem as escrituras:

Queridos amigos, não se surpreendam da provação dolorosa a qual estão sendo submetidos, como se algo estranho estivesse acontecendo com vocês. Mas, alegrai-vos por estarem participando nos sofrimentos de Cristo, de forma que você pode ser jubiloso quando a glória dele for revelada. ( 1 Pd. 4, 12-13)

Lembrem-se de como o Senhor Seu Deus os conduziu por todo o deserto nestes quarenta anos, para os humilhar e os provar de forma a saber o que estava em seus corações, se manteriam os seus mandamentos ou não. Ele os humilhou... para ensinar que o homem não vive só de pão, mas de toda palavra que vem da boca do Senhor. (Dt. 8,2-3)

Depois disso, Deus provou Abraão, e disse-lhe: “Abraão!” “Eis-me aqui”, respondeu ele. Deus disse: “Toma teu filho, teu único filho a quem tanto amas, Isaac; e vai à terra de Moriá, onde tu o oferecerás em holocausto sobre um dos montes que eu te indicar.” (Gn 22, 1-2)

Moisés disse ao povo: Não temam! Deus veio prová-los, de forma que Seu temor venha impedi-los de pecarem". (Ex. 20, 20)

Louvem ao nosso Deus, ó povos, deixem o som de seu louvor ser ouvido; ele preservou nossas vidas e impediu nossos pés de deslizarem. Pois tu, ó Deus, nos provou; o Senhor nos refinou como a prata. Nos trouxe à prisão e pôs fardos em nossas costas. O Senhor deixou homens montarem em cima de nossas cabeças; nós passamos por fogo e água, mas o Senhor nos trouxe para um lugar de abundância. (Sl.66, 8-12)

Então, pensem comigo...

Um homem faz uma coisa boa quando ele suporta dor, com uma consciência clara direcionada a Deus, mesmo que ele saiba que está sofrendo injustamente. Afinal de contas, não é nenhum crédito se você é paciente e suporta um castigo que você mereceu justamente! Mas se você faz seu dever e é castigado por isto e ainda pode aceitar tal coisa pacientemente, você está fazendo algo que vale a pena à vista de Deus. Realmente esta é sua vocação. Pois Cristo sofreu por você e lhe deixou um exemplo pessoal, de forma que você pudesse seguir Seus passos. Ele não era culpado de nenhum pecado... Ainda assim, quando foi insultado, ele não devolveu nenhum insulto. Quando ele sofreu, ele não fez nenhuma ameaça de vingança. Ele simplesmente entregou sua causa ao que julga razoavelmente. (1 Pd. 2, 19-23)

O sofrimento é o custo do discipulado, vejam:

"Se o mundo lhe odeia, lembre-se que me odiou primeiro. Se você pertencesse ao mundo, ele o amaria como a seu próprio... Lembre-se das palavras que eu lhe falei; "Nenhum servo é maior do que o seu mestre". Se eles me perseguiram, eles também o perseguirão". (Jo 15, 18-20)

Uma vez que Cristo sofreu dor física, você tem que se armar com a mesma convicção interior que ele teve. Ser livre do pecado significa sofrimento físico, e o homem que aceita isto gastará o resto de seu tempo aqui na terra, não sendo conduzido por desejos humanos, mas fazendo a vontade de Deus. 
(1 Pd. 4, 1)

Na verdade, todo aquele que quiser viver uma vida religiosa em Cristo Jesus será perseguido, enquanto os homens maus e os impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. (2 Tm. 3, 12)

"... Na realidade, está vindo um tempo quando qualquer um que os mate pensará que está fazendo um serviço a Deus. Eles farão tais coisas porque eles não conheceram o Pai ou a mim. Eu lhes contei isto, de forma que quando o tempo vir, você se lembre de que eu os adverti..." (Jo 16, 2-4)


... mas alegre-se
... É verdade que neste momento, eu (Paulo) estou sofrendo... ainda assim eu me alegro, porque me dá uma chance para contribuir em meus próprios sofrimentos com algo para as dores incompletas que Cristo sofre em nome de Seu corpo, a Igreja. (Cl. 1, 24)

Não só assim, mas nós também regozijamo-nos em nossos sofrimentos, porque sabemos que o sofrimento produz perseverança; a perseverança, caráter; e o caráter, esperança. E a esperança não nos desaponta, porque Deus despejou Seu amor em nossos corações pelo Espírito Santo, a quem ele nos deu. (Rm 5, 3-5)

Eu creio que o que nós sofremos nesta vida nunca pode ser comparado à glória, que ainda não foi revelada e que está esperando por nós... (Rm 8, 18)

... em face ao sofrimento... não desperdice sua confiança; ela será recompensada ricamente. Você precisa perseverar de forma que quando você tiver feito a vontade de Deus, você receberá o que ele prometeu. Por que em um pouco mais de tempo, "Aquele que está vindo virá e não tardará. Mas o meu justo viverá pela fé. E se ele se desviar, eu não ficarei satisfeito com ele". Contudo, nós não somos desses que se desviam e são destruídos, mas dos que acreditam e são salvos. (Hb. 10:32,35-39)

Se, porém, padecer como cristão, não se envergonhe; pelo contrário, glorifique a Deus por ter este nome. Porque vem o momento em que se começará o julgamento pela casa de Deus. Ora, se ele começa por nós, qual será a sorte daqueles que são infiéis ao Evangelho de Deus? E, se o justo se salva com dificuldade, que será do ímpio e do pecador? Assim também aqueles que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem as suas almas ao Criador fiel, praticando o bem. (1 Pd. 4, 16-19)





 Sabe o que Jesus pensa disso ?

"Eu conheço as tribulações pelas quais vocês passaram, e quão pobres vocês são - entretanto vocês são ricos "! (Ap. 2, 9)

Não tenha medo do que você está a ponto de sofrer. Eu lhe digo, o diabo porá alguns de você em prisões para os testarem, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias. Seja fiel, até mesmo ao ponto da morte, e eu lhes darei a coroa da vida". (Ap. 2, 10)

"Eu lhes digo, meus amigos, não tenham medo dos que podem matar o corpo e nada além disso. Mas eu lhes mostrarei a quem vocês devem temer: Tema aquele que, depois de matar o corpo, tem o poder para o lançar a alma no inferno. Sim, eu lhes digo, temam a ele". (Lc 12, 4-5)

"Porque você manteve meu mandamento de suportar tribulações, eu o manterei seguro na hora da tribulação que virá sobre o mundo inteiro..." (Ap. 3, 10)