Não
existe amor maior do que entregar sua própria vida por alguém
Chamaremos,
portanto, o amor ágape de “amor chuva-sobre-justos-e-injustos”. Deus não isola
pequenas áreas onde estão as pessoas boas e faz chover somente ali. Ele deixa a
chuva cair sobre os maus também. A ilustração clássica desse tipo de amor
encontra-se na história do bom samaritano (Lucas 10, 29–37), que é contada para
ilustrar o amor (agape) ao próximo (v. 27). Quando o samaritano olhou para o
homem ferido e sangrando, não houve atração física (eros). O homem que havia
sido açoitado não era um ente ou conhecido querido; os judeus e os samaritanos
se odiavam (não tinham amor storge). O homem deixado à beira da estrada não era
um amigo; ele não tinha nada para oferecer; não havia possibilidade de ação
recíproca (philos). Qual seria a única motivação possível para o viajante
ajudá-lo? Ele era um semelhante, um ser humano e o bom samaritano disse, em
outras palavras: “Por isso eu vou ajudá-lo”. Isto é amor agape. É quando Philos
se sublima, se transforma em algo muito além disso tudo, muito além do simples
relacionamento com seu parceiro ou parceira e se estende com intensidade para
toda a humanidade. É o Amor do Cristo, aquele que arde tão intensamente que o
resto parece não importar mais. Infelizmente, todos os grandes exemplos de
Ágape que temos não contam com finais socialmente felizes, pois esse amor arde
tão intensamente que conviver com a sociedade onde o Amor não é algo tão aceito
quanto imaginamos ou quanto deveria, torna-se insuportável. As grandes
personalidades eremitas que temos o foram porque foram tomados por Ágape e não
conseguiram suportar não partilhar desse Amor. Ágape, então, queima com
intensidade o próprio espírito dessa pessoa e o faz se afastar de tudo o que
não é o próprio Amor.
Estranho
falar assim, não é? Estranho porque vivemos em um meio esquisito hoje em dia,
onde parece que tudo tem que ser do jeito que EU quero, na hora que EU quero.
Há muito tempo, ouvi uma pessoa muito sábia dizer que os constrangimentos da
vida decorrem da falta do script. Nós esperamos que as pessoas que nos rodeiam
tomem atitudes que tomaríamos, mas nós, em momento algum, avisamos a pessoa
sobre essa atitude. Elas encenam uma peça teatral em nossas vidas, mas nós não
entregamos o script da peça para que elas se preparassem. E em vez de
entendermos que a pessoa fez o melhor que ela pôde para aquela ocasião, ficamos
decepcionados imaginando o contrário.
Esse tipo
de amor não é alimentado pelo mérito ou valor da pessoa amada, mas por Deus. Ágape
ama até mesmo quando a pessoa amada não é amável, não tem muito valor, não
corresponde. Esse amor não é egoísta, não busca a própria felicidade, mas a do
outro, a qualquer preço. Não dá 50% para receber 50%; dá 100% e não espera nada
em troca.
Há quem
diga: “Mas isto não é possível, não é humano! ” Tem razão. Ninguém pode amar
desse jeito... a menos que Deus lhe dê esse tipo de amor. Ágape é amor
divino! Jesus e os apóstolos usaram este substantivo (e o verbo correspondente)
quando se referiram ao amor de Deus. Veja estas passagens: Jo 3.13; Rm 5.8; I
Jo 4.8-10. O Novo Testamento nos ensina também que quando nós nos arrependemos
dos nossos pecados e cremos em Cristo, recebendo-o como nosso Salvador e
Senhor, Deus derrama seu amor em nosso coração (Rm 5.5). A partir daí,
espera-se que o amor de Deus se manifeste através de nós, nos nossos
relacionamentos, principalmente com o cônjuge. Veja Ef 5.25 e Tt 2.3-4.
Isto não
é fácil... todos queremos ser amados... Fazemos de tudo para conseguir um pouco
de amor... E o que acontece? Nossos esforços neste sentido acabam dificultando
ainda mais as coisas; talvez até afastem de nós a pessoa cujo amor tanto
almejamos. A duras provas, descobrimos que é preciso amar primeiro... com amor ágape!
Em I Jo
4, há várias referências ao amor de Deus por nós e recomendações para nos
amarmos também uns aos outros. Nesse contexto, o apóstolo explica porque ou
como isto é possível: “Nós amamos porque Deus nos amou primeiro” ( I Jo
4.19). O amor de Deus por nós ensina-nos a amar ou gera amor em nosso coração.
Deus nos
ama como somos, a despeito da nossa pecaminosidade, das nossas atitudes e atos
egoístas. Refletindo sobre isto, observando e agradecendo as manifestações
diárias do seu amor, aprenderemos a amar de verdade. Além disso, o Espírito
Santo faz alguma coisa sobrenatural em nosso coração... “O fruto do Espírito
é amor...” (Gl 5.22). Só assim, seremos capazes de amar, no sentido mais
elevado e nobre do termo.
Note que
esse amor não é um esforço que fazemos porque é a única maneira de conseguirmos
que uma certa pessoa nos ame.
Esse amor, o amor de verdade:
• É ordenado por Deus... para nos induzir.
• É exemplificado por Deus... para nos ensinar.
• É produzido por Deus... para nos capacitar.
• É exemplificado por Deus... para nos ensinar.
• É produzido por Deus... para nos capacitar.
O marido
ou esposa que ama assim não tenta mudar o cônjuge, não cobra dele o amor
desejado. Simplesmente ama, sem cobrar nada em troca. Entretanto, assim como
“nós amamos porque Deus nos amou primeiro”, o cônjuge amado, mais cedo ou mais
tarde, responderá com amor. O princípio é simples: amor gera amor!
Ágape é o amor que dá, de graça; dá
100% e não espera nada em troca.
Frases típicas:
• Eu te amo (sem um porquê).
• Você precisa ficar internado algum tempo, porque eu te amo (numa clínica de drogas, ou até mesmo preso) – chamados por uns de “amor firme”;
• Eu te amo e por isso você precisa de correção (lembra de Hb 12, 6?);
• “Vai doer mais em mim do que em você” – sem o sentido pejorativo.
• Você precisa ficar internado algum tempo, porque eu te amo (numa clínica de drogas, ou até mesmo preso) – chamados por uns de “amor firme”;
• Eu te amo e por isso você precisa de correção (lembra de Hb 12, 6?);
• “Vai doer mais em mim do que em você” – sem o sentido pejorativo.
Veja também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário