Quero convidar você para analisar esta frase: “Precisamos de santos de calça jeans e tênis”. Ela não é do beato João Paulo II, conforme alguns afirmam, mas, mesmo não sendo do Santo Padre, ela pode iluminar nossa meditação, porque podemos fazer a leitura conforme o magistério dele.
Ao ler o verbo “precisamos”, nós nos perguntamos: “Quem é o sujeito que está por trás desta palavra? Quem é que precisa de santos de calça jeans?” Em primeiro lugar, a pessoa mais interessada na santidade dos homens e das mulheres é Deus, embora Ele não precise de nada, porque basta a si mesmo. O Senhor é completo, mas quis, no entanto, precisar de algumas coisas, entre elas nossa santidade. Com isso nos perguntamos: “Como minha vida glorifica a Deus?”. Precisamos ser santos.
Deus nos criou para sermos santos! O homem santo é aquele que glorifica o Senhor. Contudo, Ele, mais do que ninguém, deseja nossa santidade, e só não é santo quem não quer sê-lo. O próprio Jesus abre os caminhos para nós. A maior frustração que o homem pode ter, nesta terra, é saber que viveu, mas, ao olhar para trás, ver que não foi santo, pois Deus precisa de santos. Há pessoas, aqui nesta terra, que precisam de exemplos para saber viver.
A razão da canonização dos santos é para que possamos ter exemplos de vida e ver que é possível buscar a santidade.
Papa Bento XVI nos disse: “Quem crê nunca esta só”.
Deveremos ter os santos como heróis! Inclusive os padres também podem ser santos!
Os santos sempre estão conosco, eles nos mostram que a santidade é possível e é para eles que nossos olhos precisa se dirigir. Nossos olhos precisam estar voltados sempre para Deus e não para as pessoas. Portanto, a santidade é possível, e o mundo precisa de modelos.
Santidade resumida em uma palavra é amor, e aqueles que a experimentam vivem o amor. Buscar um amor maior é querer viver a santidade. Quanto mais buscamos, mais queremos viver.
A criação é fruto do amor de Deus, e Ele quis que participássemos de Seu amor. Nós, em Cristo, temos acesso ao paraíso. Ele é a medida do homem e da santidade.
“Precisamos de santos de calças jeans e tênis”. Podemos ver que esta frase é própria para um jovem que vai à faculdade, ao cinema. Precisamos de jovens normais, que tenham uma vida normal; não precisam se alienar do mundo, mas viver bem no mundo, onde Deus nos inseriu.
É certo que o Senhor suscitou nos celibatários um carisma próprio dos religiosos, querendo viver afastados do mundo para se recolher em silêncio; essa carisma é para alguns, e não são todos que têm essa vocação. Assim como não são todos que tem a vocação matrimonial. Antes havia somente padres e freiras, então, a ideia era: se quero ser santo, tenho de ser igual a eles. Mas não é assim, não precisamos imitá-los para ser santos. A Igreja quer nos ensinar que cada um pode ser santo naquilo que realmente é. O próprio batismo já nos dá condições para vivermos a santidade; esse é o maior título que temos neste mundo, porque nem o demônio pode arrancá-lo.
Muitas vezes, pensamos que as roupas vão nos fazer santos, mas isso não quer dizer que podemos usar tudo que o mundo oferece. O Senhor nos criou neste mundo, mas, às vezes, nos esquecemos. No entanto, deveríamos resgatar isso, porque nem tudo que é do mundo é mundano. Precisamos apreciar o que há de bom, afinal tudo que é bom e belo vem do Nosso Senhor. A missão dos jovens é ser luz do mundo e viver nele sem serem mundanos.
Nós precisamos ser santos normais. Temos de aprender a cativar o mundo por meio do nosso interior e ser feliz sendo fermento e luz para os outros. Afinal, só chega ao céu quem vive bem esta vida. Isso sim é ser santo de calça jeans.
Transcrição e adaptação: Thaís Rufino de Azevedo