quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Precisamos de santos de calça jeans e tênis


Quero convidar você para analisar esta frase: “Precisamos de santos de calça jeans e tênis”. Ela não é do beato João Paulo II, conforme alguns afirmam, mas, mesmo não sendo do Santo Padre, ela pode iluminar nossa meditação, porque podemos fazer a leitura conforme o magistério dele.
Ao ler o verbo “precisamos”, nós nos perguntamos: “Quem é o sujeito que está por trás desta palavra? Quem é que precisa de santos de calça jeans?” Em primeiro lugar, a pessoa mais interessada na santidade dos homens e das mulheres é Deus, embora Ele não precise de nada, porque basta a si mesmo. O Senhor é completo, mas quis, no entanto, precisar de algumas coisas, entre elas nossa santidade. Com isso nos perguntamos: “Como minha vida glorifica a Deus?”. Precisamos ser santos.
Deus nos criou para sermos santos! O homem santo é aquele que glorifica o Senhor. Contudo, Ele, mais do que ninguém, deseja nossa santidade, e só não é santo quem não quer sê-lo. O próprio Jesus abre os caminhos para nós. A maior frustração que o homem pode ter, nesta terra, é saber que viveu, mas, ao olhar para trás, ver que não foi santo, pois Deus precisa de santos. Há pessoas, aqui nesta terra, que precisam de exemplos para saber viver.
A razão da canonização dos santos é para que possamos ter exemplos de vida e ver que é possível buscar a santidade.
Papa Bento XVI nos disse: “Quem crê nunca esta só”.
Deveremos ter os santos como heróis! Inclusive os padres também podem ser santos!
225887_548744855139407_1713378329_nOs santos sempre estão conosco, eles nos mostram que a santidade é possível e é para eles que nossos olhos precisa se dirigir. Nossos olhos precisam estar voltados sempre para Deus e não para as pessoas. Portanto, a santidade é possível, e o mundo precisa de modelos.
Santidade resumida em uma palavra é amor, e aqueles que a experimentam vivem o amor. Buscar um amor maior é querer viver a santidade. Quanto mais buscamos, mais queremos viver.
A criação é fruto do amor de Deus, e Ele quis que participássemos de Seu amor. Nós, em Cristo, temos acesso ao paraíso. Ele é a medida do homem e da santidade.
“Precisamos de santos de calças jeans e tênis”. Podemos ver que esta frase é própria para um jovem que vai à faculdade, ao cinema. Precisamos de jovens normais, que tenham uma vida normal; não precisam se alienar do mundo, mas viver bem no mundo, onde Deus nos inseriu.
É certo que o Senhor suscitou nos celibatários um carisma próprio dos religiosos, querendo viver afastados do mundo para se recolher em silêncio; essa carisma é para alguns, e não são todos que têm essa vocação. Assim como não são todos que tem a vocação matrimonial. Antes havia somente padres e freiras, então, a ideia era: se quero ser santo, tenho de ser igual a eles. Mas não é assim, não precisamos imitá-los para ser santos. A Igreja quer nos ensinar que cada um pode ser santo naquilo que realmente é. O próprio batismo já nos dá condições para vivermos a santidade; esse é o maior título que temos neste mundo, porque nem o demônio pode arrancá-lo.
Muitas vezes, pensamos que as roupas vão nos fazer santos, mas isso não quer dizer que podemos usar tudo que o mundo oferece. O Senhor nos criou neste mundo, mas, às vezes, nos esquecemos. No entanto, deveríamos resgatar  isso, porque nem tudo que é do mundo é mundano. Precisamos apreciar o que há de bom, afinal tudo que é bom e belo vem do Nosso Senhor. A missão dos jovens é ser luz do mundo e viver nele sem serem mundanos.
Nós precisamos ser santos normais. Temos de aprender a cativar o mundo por meio do nosso interior e ser feliz sendo fermento e luz para os outros. Afinal, só chega ao céu quem vive bem esta vida. Isso sim é ser santo de calça jeans.
Transcrição e adaptação: Thaís Rufino de Azevedo

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Pós Crisma




O Sacramento da Crisma não deve estar limitado, cristalizado ou algo de forma segmentada. Muitos até acreditam que a celebração da Crisma é a data certa para o seu encerramento.

Crismar-se significa dar início para uma vida cristã. Daí a necessidade de dar ao grupo de crismados, uma continuidade para que o jovem chegue ao processo de amadurecimento enquanto grupo, e por conseqüência, amadurecer também na fé enquanto ser social, humano e cristão.

Pensando em garantir a continuidade dos jovens na Igreja após o sacramento da Crisma, a Pastoral da Crisma ciente deste grande desafio para a comunidade cristã nos dias atuais, está propondo a criação do Grupo de Jovens - Pós Crisma.


QUAL A IMPORTÂNCIA DESTE GRUPO PARA A COMUNIDADE?

Unidos pela fé, os jovens podem se tornar amigos e partilhar de experiências que permitem conhecer-se melhor, acolher e a compreender o outro, tornando se ainda conscientes e participativos na Igreja e na comunidade. Os encontros caracterizados pelo típico clima jovem, irão criar uma interação harmoniosa dos membros do grupo, permitindo que amadureçam na fé e possam ser cristãos transformadores do mundo.

Enfim, no Pós Crisma, a formação integral do jovem enquanto cristão, terá um espaço privilegiado. Ver o jovem fazer uma caminhada em grupo, crescendo na fé, no relacionamento com o outro e consigo mesmo, na consciência critica e na ação prática, nos trará boas expectativas de que serão esses jovens que evangelizarão outros jovens.


 O QUE SERÁ ABORDADO NOS ENCONTROS?

Os temas serão escolhidos de acordo com a necessidade do grupo, mas em linhas gerais: a convivência, a amizade, as doutrinas da Igreja, (e neste parâmetro aprendemos sobre um pouco de liturgia, Bíblia). Será desenvolvido ainda o aspecto motivacional, a ética e outros temas transversais. Sem falar no trato da atuação e postura enquanto monitor de crisma. Afinal, os futuros monitores serão convidados a partir do sucesso e destaque dos jovens neste grupo. Todos os temas serão abordados de maneira sistemática, descontraída e diferenciada do convencional, atendendo aos anseios dos jovens sem distorcer o sentido dos conteúdos abordados. É uma mescla boa de como, e do que os jovens querem e precisam “aprender”.


Então, jovens crismados, venham e conheçam o Pós Crisma, porque "a Igreja não será Jovem, se os Jovens não forem Igreja"!


“Que ninguém te despreze por seres jovem. Quanto a ti mesmo, sê para os fiéis um modelo na palavra, na conduta, no amor, na fé, na pureza.
Enquanto aguardas a minha chegada, dedica-te à leitura, animação e ensinamento. 
Não descuides o dom da graça que há em ti e que te foi dado através da profecia, com a imposição das mãos do grupo dos presbíteros. 
Cuida bem destas coisas e persevera nelas, a fim de que o teu progresso seja manifesto a todos.Vigia-te a ti mesmo e ao ensinamento, e sê perseverante. Desse modo salvar-te-ás a ti mesmo e aos teus ouvintes.” 
(I Timóteo 4:12-16)





A IGREJA SERÁ JOVEM, QUANDO OS JOVENS FOREM IGREJA



Vivemos numa época de transformações muito rápidas e o jovem não tem mais os paradigmas de antigamente. Os valores sociais mudam tão rapidamente que quase não temos tempo de examiná-los e diferenciar o certo do errado. Parece que tudo está ficando descartável, você usa e joga fora, a busca por algo novo é tão grande que o importante é a novidade. Isto efluência em todas as áreas de nossa vida. Estamos na era do "fast food" dos "shopping center" tudo muito rápido e descartável. Quando entrei pela primeira vez no Mc Donald's fiquei com pena de jogar no lixo toda aquela embalagem tão bonita e tão cara, não sabia eu, estava entrando numa nova era, a era do descartável. O pior, é que esta influência tem chegado até nós, na vida da igreja, cultos e programações descartáveis, músicas, mensagens, até mesmo igrejas, e porque não, o evangelho tem se tornado também descartável!

Quem mais sofre com este problema são os jovens, que estão ainda em formação na sua vida cristã, e em seu caráter. Hoje vemos o surgimento de novas igrejas, comunidades, associações e movimentos. Temos um verdadeiro leque de opções que não tínhamos anos atrás. Igrejas para todos os tipos de pessoas e gostos. Com ênfases nas doutrinas antigas e modernas. Desde igrejas mais fechadas , ortodoxas e fundamentalistas até as mais liberais, igrejas modernas com doutrinas da "prosperidade" ou mesmo igrejas sem doutrina alguma. Não gostando de algum aspecto de minha igreja, ou mesmo, da própria liturgia, posso mudar-me para a igreja "da esquina" que me oferece muitas outras vantagens (inclusive um desconto nos dízimos) Há! Há! Há!

No meu tempo de juventude, não se podia trocar de comunidade, a não ser por motivos geográficos, se a família se mudasse para outro bairro ou cidade. Trocar de igreja por um outro motivo era muito suspeito, não se aceitava alguém que viesse de outra comunidade a não ser com carta de recomendação. Hoje, não é mais assim, qualquer problema que aconteça em nossa comunidade, já é motivo bastante para pensarmos em mudar para outra igreja.

Não sabemos mais qual a nossa identidade. Somos avivados? Pentecostais? Conservadores? liberais? Evangelicais? O que somos afinal? Há um grande pluralismo de doutrinas e liturgias. Por um lado, isto pode ser proveitoso, por causa da expansão e crescimento do Reino. Por outro lado, isto pode ser perigoso, pois não sabemos identificar o verdadeiro evangelho do senhor Jesus Cristo.

Como diz o caipira: tem "chovido na nossa horta" Nunca se viu tanta igreja, todo tipo de comunidade, com todo tipo de nomes, a igreja virou "praga" como se diz no interior, para o crescimento exagerado de alguma planta. Li, outro dia, na revista vinde, os nomes mais estranhos de igrejas, pensei que era gozação de quem tinha escrito, depois constatei que eram verdadeiros. Nunca aqui no Brasil a igreja cresceu e se proliferou tanto. Pensei até em começar uma "igreja do tio Jajá. Uma igreja cheia de graça" Há! Há! Há!

Fico muito feliz, principalmente quando vejo os jovens a frente destas igrejas dirigindo o louvor. Moças e rapazes desenvolvendo cada vez mais a música para Deus. Bandas de todos os tipos e ritmos; samba, pagode, rock, reggae, até um bloco de "Carnaval gospel", eu soube que tem no Rio de Janeiro. Gravadoras evangélicas competindo de igual para igual, com as seculares, CDs de primeira qualidade, compositores jovens estourando no mercado. Cantores e cantoras fazendo o maior sucesso. Ligamos a televisão e assistimos não um, nem dois, mais muitos pregadores evangélicos, vários canais de televisão evangélicos. Gloria a Deus por isso!

Nunca se viu tantos acampamentos e congressos para a juventude, missões e trabalhos com jovens em todo o Brasil, tantas vocações, os seminários cheios de jovens estudando teologia e missões. Realizamos um encontro de seminaristas e a maioria dos participantes foram moças, ficamos surpresos com o que Deus estava fazendo no meio das meninas. É claro que a igreja ainda não tem dado o púlpito para os jovens, tenho visto jovens pastores pregarem, (que já é alguma coisa!) Conheço uma comunidade que praticamente é composta somente de jovens, os adultos ficam apenas no apoio, pena que a ênfase desta comunidade seja a música e não a pregação da palavra. Alias, sempre foi esta, minha bronca com a liderança evangélica. A igreja dá oportunidade aos jovens somente para uma palavra de testemunho, para os instrumentos, para cantar e no máximo ministrar o louvor. Quando era jovem, eu trabalhei numa missão para a juventude, os missionários e pastores daquela missão, não me permitiam pregar, eu apenas pintava quadros bíblicos e dava o meu testemunho. Eles não acreditavam que eu poderia pregar a palavra e ter mais responsabilidade com o reino de Deus. Resultado, saí daquela missão e junto com outros jovens, fundamos a missão "Jovens da Verdade".

Hoje, os jovens são muito mais privilegiados do que na minha juventude, pois, hoje, os jovens tem muito mais oportunidade na igreja. Reconheço que se tem dado muito mais oportunidade aos jovens, mas não creio que é o suficiente. A igreja ainda descrimina a juventude, permitindo que no máximo ministre o louvor do culto. Com tantas igrejas e comunidades, com tantas oportunidades de trabalho a igreja se tornou como um super mercado, ou um shopping center, tem de tudo para você escolher. Que critério o jovem tem para escolher sua igreja? O adulto tem mais respaldo doutrinário para isso, mas, e os jovens? e os adolescentes?, será que vão simplesmente acompanhar seus pais? E os que se convertem e querem levar seus pais para a igreja? Como vão saber qual a melhor comunidade para sua família, como saber se uma igreja é realmente comprometida com Cristo e sua Palavra?

Onde ficam os jovens, em toda esta confusão? Minha maior preocupação é com eles, que, por um lado, serão discriminados por estruturas antigas e igrejas tradicionais, e por outro lado, usados e manipulados por líderes de novas estruturas e comunidades.

Junto com você, gostaria de analisar de uma forma simples e bem humorada esta situação da igreja de hoje e como o jovem se encaixa na sua problemática. Tentar resgatar a orientação bíblica da igreja, sem ferir a contextualização necessária para uma igreja viva, como o lema da M.P.C. "Firme na rocha, ( que é Cristo) ao compasso do tempo".

Uma igreja pode envelhecer? Podemos dizer que uma igreja é jovem? O que Paulo em Efésios 5.27 quis dizer com uma igreja sem "RUGAS" ?

Gostaria de pensar e estudar com você a igreja para a juventude e quem sabe podemos entender melhor a questão da igreja nova e da igreja velha.