A família é uma escola de vida e de construção da felicidade
Quando falamos em família, muita coisa nos vem à
mente, as festas de fim de ano, almoço de domingo, casamentos, pessoas
reunidas, risos e, sem dúvida, muita animação! Mas, nem sempre é assim!
Na família, passamos por todos os tipos de
sentimentos; desde os mais alegres até os mais tristes; entre eles, as
contrariedades, discussões e conflitos, e, muitas vezes, o saldo de tudo isso é
a mágoa e o ressentimento!
A família é onde tudo começa; onde nossos valores
são plantados, onde aprendemos a confiar e amar. É o primeiro ponto de
referência de um ser humano! Então, porque é tão difícil a convivência?
Essa é a grande prova de fogo que todos temos que
passar!
A vida em família, o amor ao próximo, aceitar e
amar, mesmo sem entender, mesmo nas contrariedades. É assim desde o início,
desde que Deus criou Adão e Eva para viverem no Paraíso em paz e harmonia;
então, a vida segue e seus filhos desobedeceram, assim como seus pais, e
discordaram e brigaram; veio a discórdia, que deu espaço à ira, à inveja, à
falta de perdão que os levou à morte.
Todos os dias nós passamos por isso; pelos
conflitos e divergências, as contrariedades, que vêm e se instalam em nossa
vida familiar, desencadeando, assim como um vírus, a falta de perdão e a magoa
que vão se enraizando em nossos corações e, quando vemos, estamos distantes e
consumidos por sentimentos opressores que nos afastam de todos e,
principalmente, de Deus. Não vemos mais as virtudes de cada um e, sim,
supervalorizamos os defeitos.
Em nossa família é onde mais precisamos do
perdão, são as pessoas mais próximas do nosso convívio diário que, muitas
vezes, nos magoam e que também magoamos. Criamos grandes expectativas, fazemos
planos, colocamos nossos sonhos e confiança nessas pessoas nos levando, muitas
vezes, a grandes decepções e criando sentimentos negativos, de frustação,
desentendimento, cobrança, ódio e muito mais.
Sabe qual é a melhor família que existe? É a que
nós possuímos, por mais frágil e complicada que ela seja.
Sabe qual é o pior inimigo do real? Pensou? O
pior inimigo do real – da família real, daquela que temos – é o ideal. É aquela
“ideia” que carregamos acerca de um modelo, cuja realidade toda é “obrigada” a
se adequar, mas que – definitivamente – não corresponde à nossa realidade.
Nem sempre o real
corresponderá aos nossos ideais, e quase perenemente precisaremos, com leveza e
maturidade, reconciliarmo-nos com o real para podermos, a partir dele,
construir uma encarnada felicidade. A felicidade só será possível a partir da
verdade e da realidade que, verdadeiramente, nos compõem.
Precisamos tomar as rédeas de nossa história
Ouça essa canção, antes de continuar a ler.
Quantas vezes o esposo magoou a esposa, a esposa
magoou o marido, os pais os filhos os filhos os pais, o genro a sogra, a nora o
sogro, tios e sobrinhos, avós e netos, irmãos que se magoam e não se respeitam.
Tudo isso causa dor e ressentimentos no seio de uma família.
Vemos, cada dia mais, jovens dizendo que não
querem se casar e não querem ter filhos; tudo isso, porque não tiveram uma base
familiar sólida e amorosa. Não tiveram o exemplo a ser seguido; pois, a única
coisa que conhecem é discussão e briga!
Mas, não é só de divergências e dor, que vive uma
família. A alegria, amizade, amor, também se fazem presentes em todo tempo!
União e fraternidade superam todas as divergências; pois, aliadas ao perdão,
faz com que vivamos uma vida rica em amor, paz e esperança. A misericórdia de
Deus promove, em nós e nossa família, um recomeço, um algo novo que nos dá
total confiança nas promessas de Deus. Pois, sem Ele, não temos nada! Uma
família que não caminha com Deus, caminha sozinha!
Como dizia o poeta: “Eu sei que a vida devia ser
bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é
bonita (‘O que é? O que é?’, Gonzaguinha). E por mais que a vida nos apresente
problemas e deformidades, ela sempre será um palco de belezas, no qual
precisaremos protagonizar nossa história.
Nossos familiares são mesmo, inúmeras vezes,
imperfeitos e muito difíceis de conviver. Todavia, é no solo dessa verdade (de
nossa verdade) que precisamos nos assumir e, com bravura e heroísmo, lançar-nos
na construção da felicidade e de suas específicas exigências.
Uma família que caminha com Deus, caminha unida,
com fé, e com a certeza de que, nas dificuldades, irão superar os obstáculos
juntos, entregando tudo para alcançarem seus objetivos, com muito amor uns com
os outros. Se não há perdão, não há união!
Assim, cheios da misericórdia e amor, devemos
fazer uso indiscriminado do remédio mais poderoso, dado por Deus a nós, que
pode fechar todas feridas de nossos relacionamentos familiares, fazendo-nos
crescer na caridade e no amor a Deus, na esperança de um dia chegarmos juntos
ao céu! O nome desse remédio é perdão! 70X7 é a medida do perdão, que
temos que dar e experimentar.
Onde tem família, tem perdão!