quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Família, escola do perdão e da vida

A família é uma escola de vida e de construção da felicidade

 


Quando falamos em família, muita coisa nos vem à mente, as festas de fim de ano, almoço de domingo, casamentos, pessoas reunidas, risos e, sem dúvida, muita animação! Mas, nem sempre é assim!

Na família, passamos por todos os tipos de sentimentos; desde os mais alegres até os mais tristes; entre eles, as contrariedades, discussões e conflitos, e, muitas vezes, o saldo de tudo isso é a mágoa e o ressentimento!  

A família é onde tudo começa; onde nossos valores são plantados, onde aprendemos a confiar e amar. É o primeiro ponto de referência de um ser humano! Então, porque é tão difícil a convivência?

Essa é a grande prova de fogo que todos temos que passar!

A vida em família, o amor ao próximo, aceitar e amar, mesmo sem entender, mesmo nas contrariedades. É assim desde o início, desde que Deus criou Adão e Eva para viverem no Paraíso em paz e harmonia; então, a vida segue e seus filhos desobedeceram, assim como seus pais, e discordaram e brigaram; veio a discórdia, que deu espaço à ira, à inveja, à falta de perdão que os levou à morte.

Todos os dias nós passamos por isso; pelos conflitos e divergências, as contrariedades, que vêm e se instalam em nossa vida familiar, desencadeando, assim como um vírus, a falta de perdão e a magoa que vão se enraizando em nossos corações e, quando vemos, estamos distantes e consumidos por sentimentos opressores que nos afastam de todos e, principalmente, de Deus. Não vemos mais as virtudes de cada um e, sim, supervalorizamos os defeitos.

Em nossa família é onde mais precisamos do perdão, são as pessoas mais próximas do nosso convívio diário que, muitas vezes, nos magoam e que também magoamos. Criamos grandes expectativas, fazemos planos, colocamos nossos sonhos e confiança nessas pessoas nos levando, muitas vezes, a grandes decepções e criando sentimentos negativos, de frustação, desentendimento, cobrança, ódio e muito mais.

Sabe qual é a melhor família que existe? É a que nós possuímos, por mais frágil e complicada que ela seja.

Sabe qual é o pior inimigo do real? Pensou? O pior inimigo do real – da família real, daquela que temos – é o ideal. É aquela “ideia” que carregamos acerca de um modelo, cuja realidade toda é “obrigada” a se adequar, mas que – definitivamente – não corresponde à nossa realidade.

Nem sempre o real corresponderá aos nossos ideais, e quase perenemente precisaremos, com leveza e maturidade, reconciliarmo-nos com o real para podermos, a partir dele, construir uma encarnada felicidade. A felicidade só será possível a partir da verdade e da realidade que, verdadeiramente, nos compõem.


Precisamos tomar as rédeas de nossa história

Ouça essa canção, antes de continuar a ler.

 


Quantas vezes o esposo magoou a esposa, a esposa magoou o marido, os pais os filhos os filhos os pais, o genro a sogra, a nora o sogro, tios e sobrinhos, avós e netos, irmãos que se magoam e não se respeitam. Tudo isso causa dor e ressentimentos no seio de uma família.

Vemos, cada dia mais, jovens dizendo que não querem se casar e não querem ter filhos; tudo isso, porque não tiveram uma base familiar sólida e amorosa. Não tiveram o exemplo a ser seguido; pois, a única coisa que conhecem é discussão e briga!

Mas, não é só de divergências e dor, que vive uma família. A alegria, amizade, amor, também se fazem presentes em todo tempo! União e fraternidade superam todas as divergências; pois, aliadas ao perdão, faz com que vivamos uma vida rica em amor, paz e esperança. A misericórdia de Deus promove, em nós e nossa família, um recomeço, um algo novo que nos dá total confiança nas promessas de Deus. Pois, sem Ele, não temos nada! Uma família que não caminha com Deus, caminha sozinha!

Como dizia o poeta: “Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita (‘O que é? O que é?’, Gonzaguinha). E por mais que a vida nos apresente problemas e deformidades, ela sempre será um palco de belezas, no qual precisaremos protagonizar nossa história.

Nossos familiares são mesmo, inúmeras vezes, imperfeitos e muito difíceis de conviver. Todavia, é no solo dessa verdade (de nossa verdade) que precisamos nos assumir e, com bravura e heroísmo, lançar-nos na construção da felicidade e de suas específicas exigências.

Uma família que caminha com Deus, caminha unida, com fé, e com a certeza de que, nas dificuldades, irão superar os obstáculos juntos, entregando tudo para alcançarem seus objetivos, com muito amor uns com os outros. Se não há perdão, não há união!

Assim, cheios da misericórdia e amor, devemos fazer uso indiscriminado do remédio mais poderoso, dado por Deus a nós, que pode fechar todas feridas de nossos relacionamentos familiares, fazendo-nos crescer na caridade e no amor a Deus, na esperança de um dia chegarmos juntos ao céu! O nome desse remédio é perdão! 70X7 é a medida do perdão, que temos que dar e experimentar.

Onde tem família, tem perdão!
 



 

 

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O Amor que vem da cruz

Jesus foi obediente. É nós? Somos obedientes também?


Como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim, pela obediência de um só, todos se tornarão justos” (Rm 5,19). Por sua obediência até a morte, Jesus realizou a substituição do Servo Sofredor que “oferece sua vida em sacrifício expiatório”, “quando carregava o pecado das multidões”, “que ele justifica levando sobre si o pecado de muitos”. Jesus prestou reparação por nossas faltas e satisfez o Pai por nossos pecados. (Cat.§615)




Desobediência é um negócio desgraçado mesmo. Estamos nessa, por causa dela e ainda assim continuamos sendo desobedientes. Queremos a todo custo pensar que nós mesmos somos capazes de sair do buraco no qual nos metemos. É assim desde criança. A mãe diz para não fazer alguma coisa que queremos fazer e nós de pirraça vamos lá e fazemos. Então tudo dá errado. Ai alguém diz: Conte a sua mãe. Você para não apanhar ou, pior ainda, para não dar o braço a torcer, torna a fazer tudo sozinho e só se afunda no buraco que você cavou.

Na minha modesta opinião a arma do diabo mais eficaz para levar um homem a lama dos porcos é a desobediência. 

Por outro lado, a obediência, além de ser o antídoto a esse grande mal, transforma não só a pessoa que obedece como as pessoas que estão ao nosso redor.

Jesus viveu a obediência em plenitude. Foi O obediente. Já conversamos sobre como foi difícil para o Senhor ir até o fim para cumprir o desígnio de Deus a seu respeito. Mas é importante frisar essa obediência do Senhor, por que só seguindo Jesus chegamos à eternidade.

Nunca vi alguém dizer que um desobediente chegou ao céu, mas já ouvi dizer que um desobediente foi expulso de lá. Por isso se queres servir a Deus e não a satanás, cuida de ser obediente.

E a obediência ela acontece quando eu me decido da vivê-la onde quer que eu esteja: Na minha casa, na escola, no trabalho ou na Igreja.

É fácil dizer que obedece a Deus. Ninguém nunca ouviu Deus aparecer e falar. Por isso é cômodo fazer o que eu quero e depois colocar na conta de Deus. Ser obediente é baixar a cabeça a todos que lhe são autoridade: Pai, Mãe, Professores, Chefes de trabalho… É fácil obedecer a quem não se vê. Difícil é obedecer a quem vemos.

Independente de eles serem bons ou maus, capazes ou incapazes, competentes ou incompetentes. Mesmo que a pessoa não seja uma pessoa digna do cargo que ocupa, quando eu desejo viver a obediência, eu me submeto não pela pessoa, mas pelo que eu acredito ser o correto. Se aquela pessoa não é digna de estar ali, mais pra frente o próprio Deus se encarrega de tirá-la, ou substituí-la do lugar que ela ocupa. Mas nossa postura precisa ser a de Cristo: Ser obediente até a morte de Cruz.

Claro que quando percebemos que uma coisa não vai bem, temos a opção de conversar e chegar a um consenso. Mas no último caso, seja obediente. Se a pessoa que mandou, tem poder de arcar com as conseqüências da ordem dada, fique em paz, se calce (guarde documentos por escrito e emails) e execute sem crise. Na hora que a bomba explode, vai para o lado dela e não para você. Se em caso assim você tem a oportunidade de conversar com alguém superior a ambos que possa resolver a situação sem maiores transtornos, você tem essa liberdade. Mas em último caso, obedeça!

Portanto, o convite hoje é para que você peça a Deus, um desejo de ser obediente. Peça ao Senhor que Ele te ajude a matar o verme da desobediência que existe em você. E já que sempre fazemos propósitos, faça um compromisso com o Cristo: Deseje viver a santa obediência que leva pro céu. A obediência dos santos. A obediência de Maria. Queira ser como o Cristo, que obedeceu até o fim. Esse é o passo mais concreto que você pode dar, rumo a sua santidade