MEXICO D.F., 06 Ago. 14 / 02:48 pm (ACI/EWTN Noticias).- “Não suporto que se amem!”, foi a resposta imediata e clara que o demônio deu ao exorcista italiano Pe. Sante Babolin durante um dos “combates”, quando o sacerdote lhe questionou por que estava causando problemas à esposa de um amigo.
“Por que este ódio?” Em declarações ao Semanário da Fé, o sacerdote explicou que Satanás detesta o Matrimônio porque é o sacramento mais próximo à Eucaristia.
“Explico-me: na Eucaristia, nós oferecemos o pão e o vinho ao Senhor, que pela ação do Espírito Santo, convertem-se no Corpo e Sangue de Jesus. No Sacramento do Matrimônio ocorre algo parecido: pela graça do Espírito Santo, o amor humano se converte no amor divino, assim, de maneira real e particular, os esposos, consagrados pelo Sacramento do Matrimônio, realizam o que diz a Sagrada Escritura: ‘Deus é amor: quem conserva o amor permanece em Deus e Deus com ele”.
Nesse sentido, o exorcista abordou o aumento no número de separações, cuja maioria se deve à degradação do amor entre homem e mulher.
“O Papa Bento XVI o assinalou em sua encíclica Deus caritas est: ‘O modo de exaltar o corpo, a que assistimos hoje, é enganador. O eros degradado a puro sexo torna-se mercadoria, torna-se simplesmente uma coisa que se pode comprar e vender; antes, o próprio homem torna-se mercadoria’. ‘E qualquer loja precisa renovar as mercadorias para vendê-la. Assim é do matrimônio fundamentado no sexo sem verdadeiro eros’”, expressou.
O sacerdote recordou que “o amor humano e divino, oferecido pelo Sacramento do Matrimônio, não é um amor instintivo, como não é instintiva a fé em Cristo; por isso necessita cultivo, vigilância e paciência”.
Por isso, alertou que “à infidelidade se chega com pequenas infidelidades; por isso cada esposo deve ter presente sempre, na sua cabeça e no seu coração, o outro; o diálogo e a confiança devem sempre permanecer”.
“O Diabo prova os esposos cristãos para levá-los à infidelidade, exatamente porque ele, sendo ódio, não tolera o amor”, assinalou.
Diante desta situação, recomendou que o casal reze o terço junto para afastar-se da tentação da infidelidade, além de praticar atividades que fortaleçam sua união.
Sobre o perdão, o Pe. Babolin afirmou que tem “um papel decisivo”, pois “renova a graça do Sacramento do Matrimônio. Mas o verdadeiro perdão tem que ser um acontecimento excepcional, pois viver o Matrimônio em uma constante busca de perdão, significa viver o amor em uma sala de reanimação”.
“O ideal seria descobrir, com a ajuda de pessoas competentes na vida de fé e na dinâmica psicológica relacional, as armadilhas do Inimigo do Amor. O Sacramento do Matrimônio oferece a força do Espírito Santo para que os esposos atuem uma espécie de personalidade corporativa, que realiza um caminho de santidade compartilhada”, assegurou.
A devoção a este ou aquele santo não é obrigatória.
Mas, com a Virgem Santíssima não é assim. Desde o tempo dos apóstolos, a Igreja
ensina que Nossa Senhora possui um papel determinante na salvação da
humanidade.
O padre Reginaldo Garrigou-Lagrange, em seu livro La Madre del Salvador e Nuestra Vida Interior ["A
Mãe do Salvador e Nossa Vida Interior"][1], explica com grande
profundidade teológica por que se invoca Nossa Senhora como
"corredentora" e "medianeira de todas as graças", desde
tempos antiquíssimos. Ele começa a sua reflexão explicando em que
consiste a expressão "nova Eva", comumente usada para se referir à
Virgem Maria: "como Eva esteve unida ao primeiro homem na obra da
perdição, Maria devia estar unida ao Redentor na obra da reparação" [2]. A
Tradição testemunha que esta é uma forma de invocação da Igreja desde tempos
imemoriais:
"Com efeito, já
no século II, esta doutrina de Maria, nova Eva, está universalmente admitida, e
os Padres que a expõem não o fazem como se fosse uma especulação pessoal, mas
como doutrina tradicional na Igreja, que se apoia nas palavras de São Paulo, em
que ele chama Cristo de novo Adão e o contrapõe ao primeiro, como a causa da
salvação se opõe à da queda (cf. 1 Cor 15, 45ss; Rm 5, 12ss; 1 Cor 15, 20-23).
Os Padres relacionam estas palavras de São Paulo com o relato da queda, a
promessa da redenção e da vitória sobre o demônio (cf. Gn 3, 15) e com o relato
da Anunciação (Lc 1, 26-28), onde se fala do consentimento de Maria na
realização do mistério da Encarnação redentora."
"Pode-se, pois, e ainda se deve ver
nesta doutrina de Maria – nova Eva associada à obra redentora de seu Filho –
uma tradição divino-apostólica." [3]
O Pe. Garrigou-Lagrange explica ainda como o termo
"nova Eva" traz à luz a realidade de que Maria cooperou na redenção,
junto com Jesus:
"Como Eva
cooperou moralmente para a queda, cedendo à tentação do demônio, por um ato de
desobediência e induzindo Adão ao pecado, Maria, pelo contrário, nova Eva,
cooperou moralmente em nossa redenção, conforme o plano divino, crendo nas
palavras do arcanjo Gabriel e consentindo livremente no mistério da Encarnação
redentora e em todos os sofrimentos que d'Ele se deduziriam para seu Filho e
para ela."
"Maria, certamente, não é a causa
principal e efetiva da redenção; não nos podia resgatar condignamente, em
justiça, porque faltava, para isso, um ato teândrico de valor intrinsecamente
infinito, que só pode pertencer a uma pessoa divina encarnada. Mas Maria é
realmente causa secundária, subordinada a Cristo e dispositiva de nossa
redenção. Diz-se 'subordinada a Cristo', não só no sentido de que é inferior,
mas também porque concorre à nossa salvação por uma graça proveniente dos
méritos de Cristo, e obra, pois, n'Ele, com Ele e por Ele,in ipso, cum ipso et per ipsum. Não se deve nunca perder de vista que
Cristo é o mediador universal supremo e que Maria foi resgatada pelos méritos
do Salvador, por uma redenção preservadora, não libertadora, posto que foi
preservada do pecado original e logo de toda falta, pelos méritos futuros do
Salvador de todos os homens." [4]
Então, o Redentor é um só, Jesus, e Maria coopera
nessa obra não como uma pessoa que ajuda parcialmente a puxar uma carroça, mas
como uma árvore cujo fruto, em última instância, vem de Deus. Tanto Jesus
quanto Maria atuam na obra da redenção, só que um de forma originária,
transcendente e divina; e o outro, de forma secundária e subordinada. O fruto
veio da árvore, mas tanto a árvore quanto o fruto, na verdade, vieram de Deus.
Primeiramente, é preciso entender que Maria gerou Jesus por um ato da
liberdade divina. Deus, onipotente que é, podia ter mandado o Seu Filho ao
mundo de muitas outras formas, mas preferiu servir-se da cooperação de uma
criatura humana. Sem dúvida, Deus é a origem da salvação: foi Jesus quem pagou
o preço por nossos pecados, morrendo na Cruz e derramando o Seu sangue por nós.
Mas, quem tornou possível, com o seu "sim", que o Verbo tomasse um
corpo humano, a fim de sacrificá-lo na Cruz? Foi Maria Santíssima. Visitada
pelo arcanjo Gabriel, ela deu o seu consentimento à vontade divina, tornando
possível a encarnação do Verbo e a salvação do gênero humano. O fato de o
próprio Todo-Poderoso fazer-se "dependente", por assim dizer, da
liberdade de uma criatura, não diminui em nada a Sua obra salvífica. Pelo
contrário, só a torna ainda mais maravilhosa, só mostra o quanto é eficaz a
vontade de Deus. Como diz Santo Tomás de Aquino, "a vontade divina, sendo
eficacíssima, não somente produz as coisas que quer que se façam, mas, também
do modo pelo qual assim as quer. Ora, Deus quer que algumas se façam
necessariamente; outras, contingentemente" [5]. O Senhor fez que a
encarnação do Verbo acontecesse contingentemente, dependendo da liberdade de
uma criatura. E isto torna esta obra ainda mais admirável.
Maria, então, ao aceitar ser Mãe do Redentor, tornou-se mãe de todos os
homens. Explica Garrigou-Lagrange:
"Maria
converteu-se em nossa Mãe ao consentir livremente em ser a Mãe do Salvador,
autor da graça, que nos gerou espiritualmente. Neste instante nos concebeu
espiritualmente, de tal maneira que teria sido nossa Mãe adotiva por este fato,
ainda que morresse antes de seu Filho."
"Quando depois Jesus consumou sua obra redentora pelo
sacrifício da Cruz, Maria, ao unir-se a este sacrifício, por um ato de fé, de
confiança e de amor a Deus e às almas, o maior que já existiu, converteu-se, de
um modo mais perfeito, em nossa Mãe, por uma cooperação mais direta, mais
íntima e mais profunda em nossa salvação."
"Além disso, neste momento, foi proclamada nossa Mãe, pelo
Salvador, quando lhe disse, ao falar de São João, que personificava todos os
que deviam ser resgatados por seu sangue: Mulher, eis aí o vosso filho, e a
João: Eis aí a vossa mãe (Jo 19, 26-27). Assim entendeu a Tradição estas
palavras, porque neste momento e diante de testemunhas, o Salvador de todos os
homens não outorgava este privilégio particular só a São João, mas a todos os
que haviam de ser regenerados pelo sacrifício da Cruz."
"Estas palavras do moribundo Jesus, como as palavras
sacramentais, produziram o que significavam: Na alma de Maria um grande aumento
de caridade ou de amor maternal por nós; na alma de João um afeto filial
profundo e cheio de respeito pela Mãe de Deus. Esta é a origem da grande
devoção a Maria."
"Finalmente, a Santíssima Virgem
continua exercendo sua função de Mãe em relação a nós, velando por nós para que
cresçamos em caridade e perseveremos nela, intercedendo por nós e
distribuindo-nos todas as graças que recebemos." [6]
Aos pés da Cruz, Maria entregou-se junto com seu
Filho, fazendo companhia ao "novo Adão" e podendo com razão ser
chamada "nova Eva" e "corredentora". Este título, embora
não tenha sido proclamado como dogma, poderá sê-lo, no futuro, já que se trata
de uma afirmação presente em muitíssimos documentos papais e largamente
ratificada pela Tradição.
Então, a Virgem Maria, por instituição do próprio Jesus [7], é
responsável por gerar, até o fim dos tempos, todos os homens. "Maria é
nossa Mãe espiritual e adotiva, no sentido de que por sua união com Cristo
Redentor, nos comunicou a vida sobrenatural da graça" [8]. Mas, escreve o
padre Garrigou-Lagrange:
"Maria
não é da mesma maneira a Mãe dos fiéis e dos infiéis, dos justos e dos
pecadores. Convém fazer aqui a distinção admitida, a respeito de Jesus Cristo,
em relação aos diversos membros de seu corpo místico. É Mãe, relativamente aos
infiéis, enquanto está destinada a engendrá-los para a vida da graça e enquanto
obtém graças atuais que os dispõem para a fé e para a justificação. É Mãe dos
fiéis que estão em estado de pecado mortal, no sentido de que vela atualmente
por eles obtendo-lhes graças necessárias para fazer atos de fé e esperança e
para dispor-se à conversão; com relação aos que morrem na impenitência final,
já não é sua Mãe, mas o foi. Quanto aos justos é sua Mãe em sentido pleno, pois
receberam por sua cooperação voluntária e meritória a graça santificante e a
caridade; vela por ele com terna solicitude para que permaneçam em estado de
graça e vão crescendo na caridade. É finalmente a Mãe, por excelência, dos
bem-aventurados que não podem perder a vida da graça." [9]
Diante de toda essa exposição, alguém pode
perguntar se tudo isso não é muito exagerado. Na verdade, não. Maria é
verdadeiramente mãe de todos os homens, assim como Jesus é cabeça de todos os
homens [10]. "A mesma mãe não pode dar à luz a cabeça ou o chefe sem os
membros, nem os membros sem a cabeça: isso seria uma monstruosidade da
natureza", ensina São Luís Maria Grignion de Montfort. "Se Jesus
Cristo, cabeça dos homens, nasceu d'Ela, todos os predestinados, membros desta
cabeça, também d'Ela devem nascer, por uma consequência necessária" [11].
A Virgem Santíssima também é invocada pelo povo cristão sob o título de
"medianeira de todas as graças". Uma medianeira pode ser assim
chamada por ser sacerdote, mas não se trata disso, como explica
Garrigou-Lagrange:
"Se Maria pode
chamar-se corredentora no sentido que acabamos de explicar, não poderíamos
dizer que é sacerdote no sentido estrito da palavra, pois não recebeu o caráter
sacerdotal e não podia consagrar a Eucaristia nem dar a absolvição sacramental.
Mas, como vimos ao falar da maternidade divina, esta é superior ao sacerdócio
dos ministros de Cristo, no sentido de que é mais perfeito dar a nosso Senhor sua
natureza humana que fazer presente seu corpo na Eucaristia. Maria
proporcionou-nos o Sacerdote do sacrifício da Cruz, o ministro principal do
sacrifício da Missa e a vítima oferecida em nossos altares."
"É mais perfeito também oferecer seu Filho único e seu Deus
na Cruz – oferecendo-se com Ele com os maiores tormentos – que fazer presente
sobre o altar e oferecer nele o corpo de nosso Senhor Jesus Cristo, como o faz
o sacerdote durante o sacrifício da Missa."
(...)
"Se não se lhe pode chamar
'sacerdote' no sentido próprio da palavra, pelo fato de que não recebeu o
caráter sacerdotal e não pode realizar os atos próprios dele, sempre fica, como
diz M. Olier, 'que recebeu o espírito do sacerdócio, que é o espírito de Cristo
Redentor'. Por isto se lhe dá o título de corredentora, que, como o de Mãe de
Deus, supera a dignidade outorgada pelo sacerdócio cristão." [12]
Santo Alberto Magno escreve:"Beata Virgo Maria non est assumpta in
ministerium a Domino, sed in consortium et in adiutorium, secundum illud: Faciamus
ei adiutorium simile sibi"[13]. Maria
era gratia plena, tinha todas as graças. Não tinha a graça do sacerdócio porque
possuía algo muito maior: a maternidade divina e o oferecimento de seu próprio
Filho na Cruz.
A Santíssima Virgem, como mediadora, deve fazer duas coisas: oferecer
orações e súplicas (aspecto ascendente) e, ao mesmo tempo, distribuir-nos as
graças (aspecto descendente). Configurada completamente a Jesus, é impossível
que Ele não atenda às suas preces. Por isso a Igreja a chama de
"onipotência suplicante". Peçamos, pois, a esta misericordiosa Mãe
que nos ajude a amá-la cada vez mais, para que também nós nos assemelhemos cada
vez mais a seu divino Filho e nos tornemos seus filhos por excelência, um dia,
no Céu.
1. A Festa da Epifania era tradicionalmente celebrada no dia 6 de janeiro, ou seja, 12 dias após o Natal. A partir da reforma do calendário litúrgico, em 1969, ela passou a ser comemorada ou nessa mesma data ou então no domingo entre os dias 2 e 8 de janeiro (no caso dos países em que a Epifania não é uma festividade civil).
2. A festa da Epifania reúne três eventos da vida de Cristo em que a Sua divindade brilha através da sua humanidade: a adoração dos Reis Magos, o batismo no Rio Jordão e o primeiro milagre, realizado nas bodas de Caná.
3. Em vários países, existe o costume de substituir as imagens dos pastores, no presépio, pelas imagens dos três Reis Magos com seus presentes para o Menino Jesus.
4. Há países em que as crianças não ganham presentes no dia de Natal e sim no “Dia dos Reis Magos”, a exemplo do próprio Menino Jesus, para quem os reis trouxeram ouro, incenso e mirra. Desta forma, na manhã da festa da Epifania, as crianças desses países acordam ansiosas para ver os presentes deixados pelos Reis Magos!
5. Variando conforme as diversas tradições locais, a missa da Epifania pode incluir uma bênção de ouro, incenso, mirra e água. Depois da comunhão, também há, em algumas comunidades, uma bênção de pedaços de giz.
6. Após a missa, os fiéis desses lugares levam para casa um pouco do giz, do incenso, da mirra e da água abençoados.
7. Já em casa, eles espargem um pouco da água benta nos quartos e fazem uma oração.
8. Com o giz abençoado, os fiéis escrevem as iniciais dos três Reis Magos, unidas entre si por pequenas cruzes, na parte interior da porta da frente de casa. Em seguida, escrevem o ano, quebrando o número em duas partes, uma logo antes e a outra logo depois das iniciais. Por exemplo: 20 G+M+B 15. O "20" representa o milênio e o século, as letras G, M e B são as iniciais dos reis magos Gaspar, Melchior e Baltazar e o "15" representa a década e o ano (2015, no caso). As inscrições são mantidas na porta até o dia de Pentecostes.
9. Outra tradição popular diz que todo aquele que entra na casa pela primeira vez depois dessa bênção deve pisar com o pé direito.
10. Nas regiões que mantêm vivas essas tradições, também é costume preparar nessa data o Bolo dos Reis Magos ou a Rosca dos Reis Magos, conforme a receita típica de cada país.
Qual é a melhor postura para rezar o Pai-Nosso na Missa e por quê?
A prática de dar as mãos na hora de rezar o Pai-Nosso vem do mundo protestante. A razão é que os protestantes, ao não ter a presença real de Cristo, ou seja, ao não ter uma comunhão real e válida que os uma entre si e com Deus, apelam ao gesto de dar as mãos uns aos outros como momento de comunhão na oração comunitária.
Nós, na missa, temos dois momentos de maior importância: a consagração e a comunhão. É na missa que temos nossa unidade; é nela que nos unimos a Jesus e em Jesus, por meio do sacerdócio comum dos fiéis. E dar as mãos é, obviamente, uma distração disso. Nós, católicos, nos unimos na comunhão, e não quando damos as mãos.
Não há nada na Instrução Geral do Missal Romano que indique que a prática de dar as mãos tenha de ser feita. Na missa, cada gesto é regulado pela Igreja.
É por isso que temos partes particulares da missa nas quais nos ajoelhamos, partes nas quais nos levantamos, partes nas quais nos sentamos etc. E não há menção alguma nos documentos que fale que precisamos dar as mãos para rezar o Pai-Nosso.
Portanto, esta prática deve ser evitada durante a celebração da missa. Porém, se alguém quiser fazer isso, que faça (como exceção) com alguém de absoluta confiança, sem forçar ninguém, sem incomodar ninguém e sem a intenção de que isso se transforme em norma litúrgica para todos.
É preciso levar em consideração que nem todo mundo quer segurar a mão do vizinho, e tentar impor isso pode acabar sendo incômodo em detrimento da oração, da piedade e do recolhimento.
Outra coisa muito diferente é a oração comunitária fora da missa. Quando se reza fora da missa, não há problema algum em segurar a mão de alguém, pois isso é um gesto muito emotivo e simbólico.
Esta, como outras atitudes, não é senão a exaltação do sentimento. O estar em comunhão com alguém não consiste tanto em dar as mãos ao rezar o Pai-Nosso, e sim no fato de estar confessado, no fato de estarem em estado de graça e, sobretudo, no fato de estarem preparados para a Eucaristia.
Se o gesto de dar as mãos fosse necessário, importante ou conveniente para toda a Igreja, os bispos ou as conferências episcopais já teriam enviado uma petição a Roma, há muito tempo, para que tal prática fosse implantada. Não o fizeram e penso que nunca o farão.
Outra coisa que se vê muito quando se reza o Pai-Nosso é que as pessoas levantem as mãos, como o padre faz, e isso tampouco é correto, porque não cabe aos leigos, durante a missa, fazer os gestos reservados ao sacerdote, nem pronunciar as palavras ou orações do padre, confundindo o sacerdócio comum dos fiéis com o sacerdócio ministerial.
Só os padres estendem as mãos; é melhor que os fiéis permaneçam como estão ou orem com as mãos unidas, pois a fé interior é o que importa, é o que Deus vê.
Os gestos externos do padre na santa missa existem para que os fiéis vejam que o sacerdote é o homem designado que intercede por eles.
Estender os braços na oração já era habitual na Igreja primitiva, mas no contexto de um círculo de oração, na oração privada ou em outro encontro não litúrgico.
Os gestos na missa são precisos, tanto para o padre quanto para os fiéis; cada um faz sua parte e os fiéis não devem copiar os gestos do sacerdote. Os gestos dos fiéis na missa são suas respostas, seu canto, suas posturas.
Tanto o gesto de dar as mãos como o de levantar as mãos ao rezar o Pai-Nosso são, nos fiéis, práticas não litúrgicas que, ainda que não estejam explicitamente proibidas no missal, tampouco correspondem a uma liturgia correta.
Os fiéis não devem repetir, nem com palavras nem com ações, o que o padre faz ao presidir a assembleia litúrgica.