Ser um
jovem cristão na modernidade não é nada fácil. Basta você defender valores como
castidade, a família tradicional e a vida – desde a sua concepção – para ser
insultado e ridicularizado pelo mundo moderno
Talvez muitos de nós jovens já tenham vivido na
pele algum tipo de preconceito por ser cristão e, sobretudo, por ser católico.
Na faculdade, os professores aproveitam para falar mal do Papa, acusam a Igreja
de inquisitora, retrógrada, medieval, homofóbica… e por aí vai. Carregar um
crucifixo no peito, andar com um terço ou Bíblia na mão pode lhe custar o
título de fundamentalista.
Certo dia, um jovem testemunhou que apresentou um
excelente trabalho na faculdade e recebeu honrarias de todos na mesa pelo feito
acadêmico. Mas, no final, quando agradeceu a Deus e à Igreja pela inspiração de
tal trabalho, sentiu um silêncio ensurdecedor no auditório e um clima de
condenação tomou logo conta do espaço.
É verdade! Para ser um verdadeiro cristão, hoje em
dia, é preciso muita coragem. Não existe mais nenhum status social para quem
quer ser fiel a Cristo. Para nós jovens, falar de castidade, de matrimônio, de
família tradicional pode lhe custar o isolamento e a ridicularização.
Não raro, encontramos jovens, de dentro da Igreja,
que temem a ridicularização do mundo. Preferem as honrarias dos colegas de
baladas ao martírio da fidelidade a Cristo e a Igreja. Dizem-se jovens
católicos, cristãos, mas aceitam a camisinha, acham supernormal a relação
homoafetiva (“o que importa é o amor”, dizem), assistem aos Big Brothers (BBB)
da vida, e pouco se importam com o que diz a Igreja sobre tais temas.
Como ser um autêntico jovem cristãos?
“O jovem, hoje, não pode mais viver sozinho, senão
o mundo o egole”, diz Felipe Aquino, professor a apresentador da TV Canção
Nova.
Hoje nós vivemos num mar de iniquidades, no qual o
pecado ronda o jovem por todos os lados. No entanto, existem “ilhas de piedade”
e são nelas que eles precisam se agarrar.
“O jovem de hoje precisa estar ligado a estas
‘ilhas de piedade’ que são os movimentos, as novas comunidades, as pastorais.
Ele precisa, por questão de sobrevivência, conhecer o Catecismo da Igreja
Católica, a história da Igreja e estar junto com outros jovens, porque uma
única árvore é facilmente derrubada pelo vento, mas uma floresta não”, conclui o professor.
Para padre Carlo Pioppi, professor da Faculdade
Santa Cruz de Roma, “ser um jovem cristão, hoje em dia, é difícil, porque
Cristo nos liberta de uma série de condicionamentos. O Cristianismo não pode
mais ser olhado como uma religião que nos coloca uma série de obrigações, mas
sim como uma religião que nos aponta a liberdade.”
“Eu vos
escrevi, jovens: sois fortes, a Palavra de Deus permanece em vós e vencestes o
Maligno!”(1 João 2, 14b)
João também era
jovem, o mais jovem dos apóstolos. Ele conviveu com Jesus e permaneceu aos pés
da cruz junto com Maria, sua mãe, a qual Jesus deixou sob sua
“responsabilidade” após sua morte.
Não é curioso que
dentre os doze apóstolos o único que permaneceu junto com Jesus até a cruz,
seja o mais jovem de todos?
Isto pode ser sinal
do amor que Jesus tinha por ele, inclusive o evangelho chega a dizer que ele
era o discípulo que Jesus amava. Mas, porém, se sabemos que Jesus ama
igualmente a todos, então a explicação disso, quem sabe seja o fato de que João
era o que mais correspondia a esse amor.
Nisso já podemos ter
um exemplo de como o jovem é determinado aos ideais e paixões. O jovem tem como
ninguém um “combustível” que o leva a encarar os desafios, a aceitar a radicalidade
e querer viver fortes experiências mesmo que essas ofereçam riscos.
Pois bem, desta forma
é que São João se dirige a nós jovens, dizendo que o Senhor Jesus nos escolheu
porque somos fortes. Se olharmos para a história do Cristianismo, vamos perceber
que há inúmeros testemunhos de jovens, que ao dizerem seu sim a Deus,
tornaram-se fortes, grandes exemplos de santidade e mudaram a história.
Davi, ainda jovem,
foi sagrado para ser rei, venceu o gigante Golias mesmo em desvantagem física
mais porque confiou no Senhor. Tornou-se um grande Rei e conduziu o povo de
Deus em justiça e santidade.
O profeta Daniel, foi
um jovem que se destacou por sua sabedoria, tornou-se conselheiro de um dos
mais tiranos reis do antigo testamento, deu testemunho do Senhor mesmo sendo
jogado na cova dos leões para ser devorado, mas porque confiou no Senhor saiu
ileso.
Santa Teresinha, uma
jovem e pequena irmã, desprezada pelas demais, mas que sendo humilde tornou-se
grande mestra espiritual e mesmo morrendo muito jovem nos ensinou um grande
caminho para alcançar a santidade e a intimidade com Deus.
Beato João Paulo II,
ainda jovem, viveu em um ambiente de hostilidade cristã, em meio à ditadura.
Mesmo assim não desistiu de fazer a vontade de Deus, estudou escondido e
tornou-se um grande Papa, um dos maiores da história, promoveu a paz no mundo,
e nos deixou um incalculável legado.
Monsenhor Jonas Abib,
um jovem sacerdote que sonhou junto com Deus e se deixou guiar, formou a
comunidade Canção Nova e tornou-se um grande homem de Deus.
E por fim, nada mais,
nada menos do que Você! É Você mesmo!
A quem Deus chamou e
desafiou para se entregar à sua vontade e deixar Ele conduzir sua história para
te fazer um grande vencedor.
Porque afinal de
contas para que servem os desafios se não para nos conduzir a uma determinada
vitória?
Hoje Deus, em nosso
tempo, nos desafia a sermos jovens diferentes. E diferentes porque?
Porque Ele nos chama
a viver a castidade em um mundo totalmente erotizado. Porque Ele nos chama a
construir um mundo justo e fraterno em meio a uma sociedade dominada pelo
capitalismo e pelo consumismo. Porque Ele nos pede para crescer na fé e em uma
vida espiritual elevada em meio a um mundo que prega a cultura do corpo e
ditadura da beleza, onde cresce a disseminação de contra-valores e futilidades.
Porque Deus nos chama a viver a justiça, a honestidade e a transparência de
coração em meio a um mundo onde a corrupção é sinônimo de esperteza.
É exatamente por isso
que o Senhor nos desafia a sermos jovens diferentes. Porque se nos entregarmos
a Ele, receberemos a sua Força, conheceremos o poder da sua Palavra e seremos
capazes de vencer as tentações do Maligno. Ele nos desafia, pois quer nos fazer
vencedores, capazes de mudar a nossa história e a história da humanidade.
Mas existe também
outro relato no evangelho de São Mateus (Mt 19, 16ss), onde Jesus se encontra
também com um jovem. Neste encontro o jovem questiona Jesus sobre o que é
necessário para ser bom e alcançar a vida eterna. Jesus responde a ele que é
necessário seguir os mandamentos de Deus, e o jovem muito confiante replica
dizendo que isso ele já faz, e pede então o que mais é necessário. E a grande
surpresa vem quando Jesus lhe diz: Se quiseres ser perfeito, vai, vende
todos os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu.
Depois, vêm e segue-me! Quão amargas soaram essas palavras ao jovem, pois
ele era muito rico, e por isso não teve a coragem de segui-lo.
Em muitas situações este
encontro tem se repetido em nossas vidas. Nós encontramos Jesus, sentimos o seu
amor, nos convencemos que Ele é o caminho e que longe dEle não poderemos
mais viver. Mas no entanto, não aceitamos largar aquilo que consideramos
riquezas, os nossos vícios, pecados e más inclinações que nos impedem de ser
perfeitos.
Esse é o desafio de
ser um jovem de Deus! O Maligno sabe disso, e quer implantar cada vez mais
paixões que se tornem falsas riquezas em nossas vidas, para assim nos impedir
de seguir Jesus e deixar que Ele nos faça vencedores.
Só seremos fortes, se
aceitarmos Jesus em nossas vidas, com tudo o que isso implica. E isso só será
possível se aceitarmos a Força do Alto, isto é, o Espírito Santo de Deus que
nos fará conhecer a verdade, a Palavra de Deus. Se deixarmos que a Palavra de
Deus crie raízes em nosso coração, para que enraizados em Cristo tenhamos a
coragem de dizer não as coisas erradas, não ao pecado, para nos manter em pé
mesmo em meio aos fortes ventos contrários. Só assim seremos capazes de
permanecer aos pés da Cruz de Jesus, mesmo sob o risco de sermos perseguidos.
Contudo, se fizermos isso, seremos perfeitos, venceremos o Maligno, e
alcançaremos o maior tesouro: o Céu e a vida eterna! Esse é o prêmio do
desafio!
E aí! Vai encarar?