sábado, 10 de agosto de 2013

O desafio de ser um jovem cristão na modernidade


Ser um jovem cristão na modernidade não é nada fácil. Basta você defender valores como castidade, a família tradicional e a vida – desde a sua concepção – para ser insultado e ridicularizado pelo mundo moderno

Talvez muitos de nós jovens já tenham vivido na pele algum tipo de preconceito por ser cristão e, sobretudo, por ser católico. Na faculdade, os professores aproveitam para falar mal do Papa, acusam a Igreja de inquisitora, retrógrada, medieval, homofóbica… e por aí vai. Carregar um crucifixo no peito, andar com um terço ou Bíblia na mão pode lhe custar o título de fundamentalista.
Certo dia, um jovem testemunhou que apresentou um excelente trabalho na faculdade e recebeu honrarias de todos na mesa pelo feito acadêmico. Mas, no final, quando agradeceu a Deus e à Igreja pela inspiração de tal trabalho, sentiu um silêncio ensurdecedor no auditório e um clima de condenação tomou logo conta do espaço.

É verdade! Para ser um verdadeiro cristão, hoje em dia, é preciso muita coragem. Não existe mais nenhum status social para quem quer ser fiel a Cristo. Para nós jovens, falar de castidade, de matrimônio, de família tradicional pode lhe custar o isolamento e a ridicularização.
 



Não raro, encontramos jovens, de dentro da Igreja, que temem a ridicularização do mundo. Preferem as honrarias dos colegas de baladas ao martírio da fidelidade a Cristo e a Igreja. Dizem-se jovens católicos, cristãos, mas aceitam a camisinha, acham supernormal a relação homoafetiva (“o que importa é o amor”, dizem), assistem aos Big Brothers (BBB) da vida, e pouco se importam com o que diz a Igreja sobre tais temas.

Como ser um autêntico jovem cristãos?

“O jovem, hoje, não pode mais viver sozinho, senão o mundo o egole”, diz Felipe Aquino, professor a apresentador da TV Canção Nova.

Hoje nós vivemos num mar de iniquidades, no qual o pecado ronda o jovem por todos os lados. No entanto, existem “ilhas de piedade” e são nelas que eles precisam se agarrar.

“O jovem de hoje precisa estar ligado a estas ‘ilhas de piedade’ que são os movimentos, as novas comunidades, as pastorais. Ele precisa, por questão de sobrevivência, conhecer o Catecismo da Igreja Católica, a história da Igreja e estar junto com outros jovens, porque uma única árvore é facilmente derrubada pelo vento, mas uma floresta não”, conclui o professor.

Para padre Carlo Pioppi, professor da Faculdade Santa Cruz de Roma, “ser um jovem cristão, hoje em dia, é difícil, porque Cristo nos liberta de uma série de condicionamentos. O Cristianismo não pode mais ser olhado como uma religião que nos coloca uma série de obrigações, mas sim como uma religião que nos aponta a liberdade.”

“Eu vos escrevi, jovens: sois fortes, a Palavra de Deus permanece em vós e vencestes o Maligno!”(1 João 2, 14b)

 Por que São João nos escreve isso?

João também era jovem, o mais jovem dos apóstolos. Ele conviveu com Jesus e permaneceu aos pés da cruz junto com Maria, sua mãe, a qual Jesus deixou sob sua “responsabilidade” após sua morte.

Não é curioso que dentre os doze apóstolos o único que permaneceu junto com Jesus até a cruz, seja o mais jovem de todos?

Isto pode ser sinal do amor que Jesus tinha por ele, inclusive o evangelho chega a dizer que ele era o discípulo que Jesus amava. Mas, porém, se sabemos que Jesus ama igualmente a todos, então a explicação disso, quem sabe seja o fato de que João era o que mais correspondia a esse amor.

Nisso já podemos ter um exemplo de como o jovem é determinado aos ideais e paixões. O jovem tem como ninguém um “combustível” que o leva a encarar os desafios, a aceitar a radicalidade e querer viver fortes experiências mesmo que essas ofereçam riscos.

Pois bem, desta forma é que São João se dirige a nós jovens, dizendo que o Senhor Jesus nos escolheu porque somos fortes. Se olharmos para a história do Cristianismo, vamos perceber que há inúmeros testemunhos de jovens, que ao dizerem seu sim a Deus, tornaram-se fortes, grandes exemplos de santidade e mudaram a história.

Davi, ainda jovem, foi sagrado para ser rei, venceu o gigante Golias mesmo em desvantagem física mais porque confiou no Senhor. Tornou-se um grande Rei e conduziu o povo de Deus em justiça e santidade.

O profeta Daniel, foi um jovem que se destacou por sua sabedoria, tornou-se conselheiro de um dos mais tiranos reis do antigo testamento, deu testemunho do Senhor mesmo sendo jogado na cova dos leões para ser devorado, mas porque confiou no Senhor saiu ileso.

Santa Teresinha, uma jovem e pequena irmã, desprezada pelas demais, mas que sendo humilde tornou-se grande mestra espiritual e mesmo morrendo muito jovem nos ensinou um grande caminho para alcançar a santidade e a intimidade com Deus.

Beato João Paulo II, ainda jovem, viveu em um ambiente de hostilidade cristã, em meio à ditadura. Mesmo assim não desistiu de fazer a vontade de Deus, estudou escondido e tornou-se um grande Papa, um dos maiores da história, promoveu a paz no mundo, e nos deixou um incalculável legado.

Monsenhor Jonas Abib, um jovem sacerdote que sonhou junto com Deus e se deixou guiar, formou a comunidade Canção Nova e tornou-se um grande homem de Deus.

E por fim, nada mais, nada menos do que Você! É Você mesmo!

A quem Deus chamou e desafiou para se entregar à sua vontade e deixar Ele conduzir sua história para te fazer um grande vencedor.

Porque afinal de contas para que servem os desafios se não para nos conduzir a uma determinada vitória?

Hoje Deus, em nosso tempo, nos desafia a sermos jovens diferentes. E diferentes porque?

Porque Ele nos chama a viver a castidade em um mundo totalmente erotizado. Porque Ele nos chama a construir um mundo justo e fraterno em meio a uma sociedade dominada pelo capitalismo e pelo consumismo. Porque Ele nos pede para crescer na fé e em uma vida espiritual elevada em meio a um mundo que prega a cultura do corpo e ditadura da beleza, onde cresce a disseminação de contra-valores e futilidades. Porque Deus nos chama a viver a justiça, a honestidade e a transparência de coração em meio a um mundo onde a corrupção é sinônimo de esperteza.

É exatamente por isso que o Senhor nos desafia a sermos jovens diferentes. Porque se nos entregarmos a Ele, receberemos a sua Força, conheceremos o poder da sua Palavra e seremos capazes de vencer as tentações do Maligno. Ele nos desafia, pois quer nos fazer vencedores, capazes de mudar a nossa história e a história da humanidade.

Mas existe também outro relato no evangelho de São Mateus (Mt 19, 16ss), onde Jesus se encontra também com um jovem. Neste encontro o jovem questiona Jesus sobre o que é necessário para ser bom e alcançar a vida eterna. Jesus responde a ele que é necessário seguir os mandamentos de Deus, e o jovem muito confiante replica dizendo que isso ele já faz, e pede então o que mais é necessário. E a grande surpresa vem quando Jesus lhe diz: Se quiseres ser perfeito, vai, vende todos os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vêm e segue-me! Quão amargas soaram essas palavras ao jovem, pois ele era muito rico, e por isso não teve a coragem de segui-lo.

Em muitas situações este encontro tem se repetido em nossas vidas. Nós encontramos Jesus, sentimos o seu amor, nos convencemos que Ele é o caminho e que longe dEle não poderemos mais viver. Mas no entanto, não aceitamos largar aquilo que consideramos riquezas, os nossos vícios, pecados e más inclinações que nos impedem de ser perfeitos.

Esse é o desafio de ser um jovem de Deus! O Maligno sabe disso, e quer implantar cada vez mais paixões que se tornem falsas riquezas em nossas vidas, para assim nos impedir de seguir Jesus e deixar que Ele nos faça vencedores.

Só seremos fortes, se aceitarmos Jesus em nossas vidas, com tudo o que isso implica. E isso só será possível se aceitarmos a Força do Alto, isto é, o Espírito Santo de Deus que nos fará conhecer a verdade, a Palavra de Deus. Se deixarmos que a Palavra de Deus crie raízes em nosso coração, para que enraizados em Cristo tenhamos a coragem de dizer não as coisas erradas, não ao pecado, para nos manter em pé mesmo em meio aos fortes ventos contrários. Só assim seremos capazes de permanecer aos pés da Cruz de Jesus, mesmo sob o risco de sermos perseguidos. Contudo, se fizermos isso, seremos perfeitos, venceremos o Maligno, e alcançaremos o maior tesouro: o Céu e a vida eterna! Esse é o prêmio do desafio!

E aí! Vai encarar?