quarta-feira, 10 de março de 2010

Livros da Bíblia - divisão entre capítulo e versículo - 3ª parte

O que é o Novo Testamento?

O Novo Testamento composto de 27 livros narra a revelação feita diretamente por JESUS Cristo e transmitida pelos apóstolos e autores sagrados. Sua mensagem central é o próprio Filho de DEUS.

No Novo Testamento sobressai os Evangelhos, onde nós vemos a missão e a Vida de JESUS. Sendo DEUS e Homem, o próprio JESUS é a expressão total dessa aliança: ele mostra que DEUS é Pai para os homens, e como os homens devem viver para se tornarem filhos de DEUS.

Através de sua palavra e ação, JESUS inaugurou a nova aliança ou, em outras palavras, o Reino de DEUS. Esse Reino ou aliança não é mais aliança com um povo. É aliança aberta a todos os homens, todos os povos de todos os tempos e lugares.

JESUS não deixou nada escrito. Ele pregou, ensinou e colocou em prática a vontade de DEUS. Isso fez com que ele entrasse em conflito com a estrutura da sociedade, que o perseguiu, prendeu e matou. Mas JESUS ressuscitou, enviou o Espírito aos seus seguidores, chamados apóstolos e discípulos, e estes continuaram sua missão, pregando, ensinando e fazendo como JESUS fazia. Foram eles que escreveram o que encontramos no Novo Testamento. Não pretenderam fazer uma biografia de JESUS, nem uma história ou crônica da ação dos seus seguidores. Eles quiseram, em primeiro lugar, anunciar JESUS para que os homens tivessem fé e se comprometessem com JESUS. Fé e compromisso que significam continuar sua palavra e ação, construindo o Reino.

Os livros do NT nos narram também o nascimento da Igreja. No Novo Testamento destacamos os evangelhos, Atos dos Apóstolos, 21 epístolas (cartas pastorais, trazem ensinamentos dos Apóstolos às comunidades que foram surgindo com a difusão do Evangelho) e o livro do Apocalipse, o único livro profético do Novo Testamento (Livro escrito utilizando-se de uma simbologia forte).

O que são Evangelhos?

Evangelho é uma palavra grega que significa “boa notícia”. Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João são escritos que nasceram em comunidades cristãs particulares, refletindo suas necessidades, seus problemas e seu compromisso de fé com JESUS Cristo. Bem cedo esses escritos começaram a circular em outras comunidades, e logo se tornaram patrimônios de toda a Igreja.

Objetivo dos Evangelhos: Os evangelhos apareceram entre 30 e 70 anos depois da morte de JESUS. Sua intenção não era em primeiro lugar fazer uma biografia, uma história de JESUS. Queriam, sim, esclarecer e manter vivo na comunidade o compromisso com JESUS, recordando e adaptando suas palavras, sua atividade e seu destino (morte e ressurreição). Desse modo, as comunidades podiam continuamente se lembrar do que deviam dizer e fazer e de como era chamada a seguir o mesmo destino de JESUS, rumo à morte e ressurreição. Os Evangelhos são quatro, a saber:

1) Evangelho de São Mateus – Apresenta JESUS como mestre da justiça. Ele é o novo Moisés.

Mateus apresenta JESUS com o título de Emanuel, que significa: “DEUS está conosco” (Mt 1,23). À medida que lemos este Evangelho, vamos descobrindo o significado desse título: DEUS está presente em JESUS, comunicando a palavra e ação que libertam os homens e os reúnem como novo povo de DEUS. As últimas palavras de JESUS (Mt 28,20) são uma promessa de permanência: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo”. Essas palavras, dirigidas ao grupo dos discípulos, mostram que Mateus vê a comunidade cristã como semente do novo povo de DEUS, povo que é o lugar onde se manifestam a presença, ação e palavra de JESUS.

Segundo Mateus, JESUS é o Messias que realiza todas as promessas feitas no Antigo Testamento. Essa realização ultrapassa as expectativas puramente terrenas e materiais dos contemporâneos de JESUS, que esperavam apenas um rei terrestre para libertá-los da dominação romana. Frustrados em suas expectativas, eles o rejeitam e o entregam à morte. Por isso, a comunidade reunida em torno de JESUS torna-se agora a portadora da Boa Notícia a todos os homens, a fim de que eles façam parte do Reino do Céu.

Logo de início, Mateus apresenta JESUS como o Mestre que veio realizar a justiça: “devemos cumprir toda a justiça” (Mt 3,15). O restante do Evangelho mostra que, através da palavra e ação, JESUS vai educando a comunidade cristã para a prática dessa justiça, isto é, vai ensinando como se deve realizar concretamente a vontade de DEUS. Desse modo, a comunidade aprenderá a dizer a palavra certa e a realizar a ação oportuna no tempo e lugar em que está vivendo.

2) Evangelho de São Marcos – Responde a pergunta: quem é JESUS?

Marcos escreveu o seu Evangelho para responder à pergunta “Quem é JESUS?”. O evangelista, porém, não responde isso diretamente. Ele apenas relata a prática ou atividade de JESUS, deixando que o leitor chegue por si mesmo à conclusão de que JESUS é o Messias, o Filho de DEUS (1,1; 8,29; 14,61; 15,39). Portanto, na leitura de Marcos, o importante é estar atento ao que JESUS faz.

O livro de Marcos é apenas o começo da Boa Notícia, ou Evangelho (1,1). O autor deixa claro, portanto, que sua obra não é completa e que, para chegar ao fim, supõe que o leitor tome uma posição: continuar o livro através de sua própria vida, tornando-se discípulo de JESUS. Como discípulo, o leitor deve agora chegar a uma decisão, isto é, reconhecer JESUS como o Messias que leva à plenitude da vida (8,29; 15,39) e aceitar o seu convite, indo ao encontro do Ressuscitado na Galiléia (16,7). Não se trata simplesmente de voltar a ler o Evangelho desde (1,14) e sim, de continuar no tempo presente a atividade concreta de JESUS, através de uma prática que faça renascer continuamente a esperança da vinda do Reino.

3) Evangelho de São Lucas: Com JESUS nasce uma nova história.

O terceiro Evangelho apresenta o caminho de JESUS como um caminho que se realiza na história. Para percorrê-lo, o Filho do Altíssimo (1,32) se faz homem em JESUS de Nazaré (2,1-7), trazendo para dentro da história humana o projeto de salvação que DEUS tinha revelado, conforme a promessa feita no Antigo Testamento (1,68-70).

O ápice desse evangelho está nas palavras de JESUS na cruz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (23,46). A morte de JESUS é a sua libertação nas mãos de DEUS. Ela aparece como conseqüência da sua ação voltada para os pobres e oprimidos, provocando toda a violência do sistema baseado na riqueza e no poder. Mas ela é também a libertação, por causa da obediência total e confiante a DEUS.

Lucas também é o autor do livro Atos dos Apóstolos. Os três evangelhos acima são chamados Sinóticos, isto é, eles são semelhantes entre si.

4) Evangelho de São João: JESUS é o caminho, a verdade e a vida.

O Evangelho de João é diferente dos três primeiros. Em Mateus, Marcos e Lucas há muitos milagres e palavras de JESUS. Em João encontramos apenas sete milagres, que são chamados de sinais, e alguns discursos que se desenvolvem lentamente, repetindo sempre os mesmos temas-chave.

O Evangelho de João é uma espécie de meditação, que procura despertar e alimentar a fé em JESUS Cristo, o Filho de DEUS, a fim de que os homens tenham vida (Jo 20,30-31). JESUS é o enviado de DEUS, aquele que revela o Pai aos homens. DEUS ama os homens e quer dar-lhes a vida. JESUS revela esse amor e realiza a vontade do Pai, dando sua vida em favor dos homens. João procura mostrar isso através dos sete sinais que ele apresenta na primeira parte do Evangelho, salientando aí a importância do compromisso da fé. Na segunda parte, ele mostra a mesma coisa, salientando a importância do amor e narrando o supremo sinal: a volta de JESUS ao Pai, através da morte e ressurreição.

Nenhum comentário: