O que é um ídolo
Diferença entre Imagem e Ídolo
Diferença entre Imagem e Ídolo
Penso que precisamos conhecer cada vez mais nossa fé cristã católica e
não ficar se deixando questionar por pessoas que não tem escrúpulos e em nome
de uma fé não sei em quem vem nos questionar. Gostaria que se tiverem paciência
leiam este texto, que para mim é uma catequeses sobre imagens, sobre a tão
propalada idolatria, da qual nos acusam os incultos.
Imagem não é o mesmo que ídolo. Chama-se ídolo: uma imagem falsa, um
simulacro a que se atribui vida própria, conforme explica o profeta Habacuc (2,
18). Eis o que claramente indica Habacuc, dizendo: "Ai daquele que diz ao
pau: Acorda, e a pedra muda: Desperta" (Hab 2, 19). A Bíblia reza no
livro de Josué: "Josué prostrou-se com o rosto em terra diante da arca do
Senhor, e assim permaneceu até à tarde, imitando-o todos anciãos de
Israel" (Js 7, 6). Terão sido
idólatras Josué e os anciãos de Israel?
Foi Deus ainda que ordenou a Moisés levantar uma "serpente" de
metal (Nm 21, 8) e todos os que olhassem para ela seriam curados. Ora, que
"olhar" é esse que confere uma cura milagrosa diante de uma estátua
de metal?
Temos as provas de como esse culto era já uma pré-figura do culto à Deus
nas palavras de S. João, que diz que tal "serpente" era o símbolo do
Cristo crucificado: "Bem como ergueu Moisés a serpente no deserto, assim
cumpre que seja levantado o Filho do Homem" (Jo 3, 14).
Por acaso caíram também Moisés e S. João, e até o Espírito Santo (autor da Sagrada Escritura) em crime de idolatria? É claro que não.
A idolatria consistiria em achar que a
divindade está em uma estátua, por exemplo. Ou seja, teríamos
que colocar alimentos para as imagens, como faziam os romanos, os egípcios
e os demais povos idólatras. Teríamos
que achar que Deus e os santos são a mesma pessoa. No fundo, seria dizer que S. Benedito não é e nem foi
S. Benedito, mas foi Deus, etc.
Nunca se ouviu algum católico defendendo que o Santo era Deus! Mesmo
porque isso seria cair em um panteísmo (defendido por Calvino e Lutero em
algumas de suas obras). Para se dizer que os católicos adoram os
santos, eles teriam que dizer que S. Benedito, por exemplo, não é S. Benedito,
mas Deus.
E, ainda mais difícil, os católicos teriam que afirmar que S. Benedito é
a estátua, uma espécie de amuleto mágico...
Nenhum católico acredita que o santo seja Deus ou que ele seja a madeira
da estátua (como uma divindade). Logo, não há idolatria possível, visto que
esta consiste em adorar um falso deus.
Alguns protestantes argumentam que só é possível fazer imagens quando
Deus expressamente permite. Pergunta-se: onde está essa norma na Bíblia? É uma
contradição dos protestantes, pois tudo para eles está na Bíblia, todavia, para
condenar os católicos, não é necessária a Bíblia...
Deus proíbe a idolatria e não o uso de imagens
Deus proíbe a idolatria e não o uso de imagens
O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo em que proíbe que sejam feitas
imagens, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da
Arca da Aliança (Ex 25, 18-20). Manda-lhe, também, fazer uma serpente de bronze
e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes
venenosas (Num 21, 8-9). Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém
com imagens de querubins, palmas, flores, bois e leões (I Reis 6, 23-35 e 7,
29).
Ora, se Deus manda fazer imagens em várias passagens das Sagradas
Escrituras (Ex 25, 17-22; 1Rs 6, 23-28; 1 Rs 6, 29s; Nm 21, 4-9; 1Rs 7, 23-26;
1 Rs 7, 28s; etc) e proíbe que se façam imagens em outra, de duas uma, ou Deus
é contraditório ou fazer imagens não é idolatria!
Portanto, fica claro que o erro não está nas imagens, mas no tipo de culto que se presta à elas.
Os Judeus, saindo da dominação egípcia, um povo idólatra, tinham muita
tendência à idolatria. Basta ver o que aconteceu quando Moisés desceu do Monte
Sinai com as Tábuas da Lei e encontrou o povo adorando o "Bezerro de
Ouro" como se ele fosse uma divindade, um amuleto. É claro, como permitir
que um povo tendente à idolatria fosse fazer imagens.
Nas imagens católicas se representam os santos, que são pessoas que possuem virtudes que os tornam "semelhantes" a Deus, como afirmou S. Paulo: "já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim".
Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem
Maria; prova de que tal culto existia no tempo dos apóstolos e foi por eles
praticado, ensinado e transmitido à posteridade. Uma das imagens de Nossa
Senhora, segundo a tradição, foi pintada pelo próprio S. Lucas e está na
catedral de Loreto, exposto à veneração dos fiéis.
As imagens católicas representam pessoas virtuosas. Virtude essa que
provém da graça de Deus. O mesmo não se dava na idolatria, pois os povos
idólatras representavam as virtudes e os vícios em seus ídolos.
O Concílio de Trento formalmente legitimou o uso das imagens: As imagens
de Jesus Cristo, da Mãe de Deus, e dos outros santos, podem ser adquiridas e
conservadas, sobretudo nas Igrejas, e se lhes pode prestar honra e veneração;
não porque há nelas qualquer virtude ou qualquer coisa de divino, ou para delas
alcançar qualquer auxílio, ou porque se tenha nelas confiança, como os pagãos
de outrora, que colocavam a sua esperança nos ídolos, mas, sim, porque o culto
que lhes é prestado dirige-se ao original que representam, de modo que nas
imagens que possuímos, diante das quais nos descobrimos ou inclinamos a cabeça,
nós adoramos Cristo, e veneramos os santos que elas representam (Sess XXV).
O Concílio de Nicéia, o primeiro celebrado na Igreja, no ano de 325, sob
o Papa S. Silvestre I e o imperador Constantino, defende o culto das imagens
contra os iconoclastas, com um vigor admirável.
Lê-se nos atos deste concílio: Nós recebemos o culto das imagens, e
ferimos de anátema os que procedem de modo contrário. Anátema a todo aquele que
aplica às santas imagens os textos da escritura contra os ídolos. Anátema a
todo aquele que as chama ídolos. Anátema àqueles que ousam dizer que a Igreja
presta culto a ídolos.
Fonte: Pe. Walmir Garcia dos Santos,CSsR
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